O CEO do Zoom pediu ajuda ao antigo chefe de segurança do Facebook, para resolver questões de privacidade da ferramenta de videoconferência.
Depois de reconhecer que a plataforma de videoconferência tinha tido “alguns contratempos” na área da segurança e privacidade, o CEO do Zoom está a escolher executivos de várias empresas para formar um grupo que possa dar conselhos nesta área sensível.
Com o Zoom a atravessar atualmente um pico de procura devido à expansão dos números de teletrabalho e ensino remoto, as fragilidades da plataforma vieram a lume – especialmente com o fenómeno de zoombombing, em que utilizadores surgem nas reuniões sem qualquer tipo de convite.
Depois de ter anunciado que iria parar as atualizações de novas ferramentas durante 90 dias, preferindo focar-se na segurança e privacidade, Eric Yuan, CEO do Zoom, recorreu agora a Alex Stamos, antigo responsável de segurança do Facebook. A ideia é que Stamos possa servir de conselheiro e juntar-se ao grupo de executivos, que conta já com membros vindos da Netflix, Eletronic Arts, Uber e VMWare.
Foi o próprio Alex Stamos a indica que passaria a trabalhar como conselheiro da Zoom, numa publicação feita através do Medium. “O Zoom tem algum trabalho de segurança importante a fazer no núcleo principal da aplicação, do design criptográfico e na segurança da infraestrutura e estou ansioso para começar a trabalhar com as equipas de engenharia nestes projetos”, é possível ler na plataforma digital.
No final de março, Alex Stamos tinha criticado a segurança do Zoom numa série de tweets, onde pedia também que a empresa fosse mais transparente com as questões de privacidade. O convite para juntar-se ao quadro de conselheiros terá chegado pouco depois, nota Stamos.
“Falámos sobre os desafios importantes que a empresa está a enfrentar, tanto na resposta a um incrível crescimento dos utilizadores como na resposta às expectativas de segurança neste momento”, escreveu o antigo responsável de segurança do Facebook, que atualmente é professor universitário em Stanford, após ter abandonado a rede social em 2018.
“Para ser claro, não sou um trabalhador ou executivo da Zoom e não falo pela empresa”, esclarece Stamos na publicação. “Tenho optado por não fazer comentários públicos sobre o Zoom ou discutir o assunto com jornalistas desde a minha conversa com Eric [Yuan], mas tendo em conta o interesse na transparência acho que é importante dar conta deste trabalho”.
O antigo funcionário do Facebook aponta ainda que não está apenas interessado nos desafios técnicos desta colaboração. “Num tempo de crise global, o Zoom é uma ferramenta crítica para fazer a ligação entre colegas, famílias, amigos e, mais importante, entre professores e estudantes”. Na mesma nota onde reconhece o desafio de segurança da plataforma, Alex Stamos aponta ainda que a segurança “poderá ser o maior desafio que a indústria tecnológica atravessa durante a covid-19“, pedindo que seja feita uma reflexão na indústria sobre práticas de segurança e “conversas honestas sobre coisas que poderiam ser melhoradas”.
Neste momento, o recurso ao Zoom para fins escolares foi proibido em alguns pontos do mundo, principalmente nos Estados Unidos, devido a preocupações com a segurança e privacidade. A nível corporativo, a SpaceX de Elon Musk também já desaconselhou o uso desta plataforma para fins profissionais.
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