Lei Jun, o CEO da chinesa Xiaomi, recebeu quase tanto em compensações quanto o lucro conseguido pela empresa em 2018.
A Xiaomi, conhecida pelos seus smartphones a preços acessíveis, entrou o ano passado em bolsa. Apesar da desvalorização de 30% desde a estreia, em julho, a empresa anunciava que iria recompensar o seu CEO.
Em julho, após a entrada em bolsa da Xiaomi, Lei Jun recebeu da empresa uma compensação de 636 milhões de títulos da empresa, avaliados em mil milhões de dólares. A empresa justificava a decisão como “uma recompensa pelos oito anos de devoção do CEO à empresa. E, na altura, a tecnológica referia ainda que “não era a primeira empresa a recompensar o diretor-geral após uma IPO – nem seria a última”.
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Na mês passado, a Xiaomi anunciava os seus resultados. Conforme nota o South China Morning Post, os mil milhões de dólares em ações aproximam-se dos 1,3 mil milhões de dólares de lucro conseguidos pela empresa, em 2018.
A imprensa chinesa dá agora mais respostas sobre o assunto, referindo a necessidade de um esclarecimento, em “resposta a certos artigos publicados recentemente”, que apontam a aproximação de valores. Em alguns casos, é mesmo referido que a compensação de Lei Jun excederia os lucros da empresa para o ano passado.
Agora, a Xiaomi aponta que o CEO “prometeu doar valores relevantes para propósitos de caridade”.
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No último ano, apesar de ter conseguido crescer em mercados como a Europa, onde já se situa no quarto lugar de vendas (dados Canalys), o mercado tem estagnado na China. São vários os analistas que apontam a saturação do gigantesco mercado chinês como uma das razões para este abrandamento das receitas da empresa.
Lei não foi o único a enriquecer
O CEO da empresa não foi o único a ficar substancialmente mais rico após a entrada em bolsa da Xiaomi. No verão passado, tornou-se conhecido que os primeiros 56 empregados da Xiaomi também receberiam um elevado valor quando as ações da tecnológica começassem a ser negociadas na bolsa de Hong Kong.
Na altura, a Bloomberg até lhes chamava os Lucky 56: os primeiros empregados da Xiaomi num caminho milionário. Nos primeiros tempos da empresa, Lin Bin, um dos engenheiros responsáveis pelo sistema operativo da marca investiu as suas poupanças na Xiaomi – ele e outros 55 empregados. No total, estes funcionários contribuíram com 11 milhões de dólares (cerca de 9,3 milhões de euros) para a empresa – que em 2010 tinha o estatuto de uma startup.
Em julho, era estimado que o investimento feito pelos empregados poderia ter um retorno até 200 vezes do valor inicial investido na Xiaomi.
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