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Resultados trimestrais do Slack desapontam analistas

Stewart Butterfield e Cal Henderson, CEO e CTO do Slack, respetivamente. Fonte: Slack

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Os analistas esperavam que a plataforma colaborativa Slack repetisse resultados semelhantes ao ‘boom’ de receitas do serviço de videoconferência Zoom, que divulgou resultados trimestrais na terça-feira.

Com muitas empresas a utilizar o Slack para continuar a comunicar em teletrabalho, os analistas esperavam que o confinamento dos últimos meses tivesse o mesmo efeito ou pelo menos uma fórmula semelhante à subida de receitas e de utilizadores do Zoom. O Slack apresentou resultados positivos, é certo, mas não comparáveis aos 169% de crescimento das receitas do Zoom.

Durante os três primeiros do ano, a empresa conseguiu aumentar as receitas em 50% em relação ao mesmo período do ano passado, para os 201,7 milhões de dólares (178 milhões de euros, à atual conversão). O Slack registou lucros de 176 milhões de dólares.

Em três meses, conseguiu arrecadar mais 12 mil novos clientes pagos, apresentando um total de 122 mil clientes pagos (mais 28% do que no primeiro trimestre de 2019). Em comparação, nos trimestres anteriores o Slack tinha números de novos utilizadores mais baixos, na ordem dos cinco mil. Embora também tenha uma versão gratuita, a mais utilizada, a versão paga do Slack dá acesso a um conjunto mais alargado de funcionalidades.

Durante a chamada de resultados, Stewart Buttterfield, CEO do Slack, avançou que “aquilo que foi visto com o Zoom e com o Teams foi uma grande indicações de que isto não é a mesma coisa e de que os produtos não são verdadeiramente concorrentes uns dos outros”, reporta a CNBC.

Apesar de as ações do Slack terem subido após o anúncio de resultados, a sessão desta sexta-feira está a apresentar desvalorizações a dois dígitos. Ao momento de escrita, os títulos do Slack perdem 14%, para os 32,66 dólares. Com a sessão do Nasdaq ainda a decorrer, em Nova Iorque, durante a manhã a quebra das ações do Slack rondou ainda os 17%.

A união à Amazon

Outra novidade que surgiu esta semana é a associação do Slack à Amazon de Jeff Bezos. Embora recuse assumir que se trata de uma concorrência direta, a associação entre as duas empresas aumenta a concorrência para a plataforma Teams da Microsoft – empresa que também tem uma fatia de mercado de serviços de computação cloud, com o Microsoft Azure.

O acordo tem a duração de vários anos, anunciaram as empresas: em linhas gerais, implica que os funcionários da Amazon passam a utilizar o Slack para comunicar. Por seu turno, o Slack passará a migrar as suas funcionalidades de chamadas de voz e de vídeo para a plataforma Chime da Amazon, além de uma adoção mais alargada dos serviços cloud da Amazon Web Services (AWS). O Slack já utilizava os serviços da AWS mas o acordo implica que a utilização será reforçada.

Assim, a hipótese de o Slack recorrer a serviços cloud da Microsoft passará a ser “pouco provável”, como é referido numa entrevista ao site norte-americano The Verge.

Embora não seja claro se a totalidade dos mais de 800 mil trabalhadores da Amazon passarão a usar os serviços do Slack, a empresa de Jeff Bezos apresenta-se como um dos maiores clientes da plataforma de colaboração. Até aqui, o maior cliente do Slack é a gigante IBM, onde os 350 mil trabalhadores passarão a utilizar o Slack para comunicação interna.

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