Conquista de novos clientes e aposta em diferentes plataformas de software permitiram à gigante alemã crescer neste segmento.
O negócio com as pequenas e médias empresas (PME) portuguesas cresceu 28% durante 2018 e já representa um terço da faturação que a SAP faz em Portugal. Os valores foram revelados esta terça-feira por Filipe Costa, diretor comercial para PME da subsidiária portuguesa, num encontro com jornalistas.
“Consideramos [um resultado] extraordinariamente bom, por vários motivos. O mercado de tecnologias da informação, com base em informações da IDC, cresceu 2,2%. O mercado de software cresceu 5%. (…). O nosso contributo para os resultados da SAP em Portugal foi 30%, quando na maior parte dos países do sul da Europa a média é entre 18 e 22%. Temos uma taxa de penetração boa no segmento de PME”, explicou o responsável.
A empresa não revela resultados locais totais, mas diz que as áreas de retalho e de experiência de cliente (costumer experience) foram das quais mais cresceram em Portugal.
Para estes resultados positivos contribuiu a retenção de clientes antigos e a conquista de novas empresas, sendo que o atual momento de transformação digital que muitos negócios atravessam também teve um papel importante no crescimento registado. “Há uma vitalidade interessantíssima do tecido empresarial português”, sublinhou Filipe Costa.
“Os períodos de crise vividos levaram a que algumas empresas tivessem congelado as decisões [de modernização] e agora aquelas que estão mais dependentes do negócio na área internacional estão a tomar essas decisões. Mas não foram só empresas com necessidade de se internacionalizarem ou que já estavam internacionalizadas. Há também muitas empresas nacionais que tiveram que tomar decisões no âmbito da transformação digital”, adiantou ainda.
Leia também | Paula Panarra: “Inteligência artificial vai ser crucial para a economia portuguesa”
Filipe Costa diz que o otimismo relativamente às PME é para manter em 2019. “Reconheço que há mais moderação na forma como encaram este ano, mas estamos confiantes de que é possível manter estas taxas muito significativas de crescimento”.
A SAP destaca ainda a transformação que a tecnológica tem feito nos últimos anos – se durante muito tempo foi reconhecida quase exclusivamente pelo seu software de gestão, atualmente a SAP está mais posicionada como uma empresa fornecedora de software de análise e de apoio à tomada de decisão em diferentes vertentes do negócio, com destaque para o software de recursos humanos.
“Os clientes estão claramente com uma preocupação na área dos recursos humanos, na gestão e na forma como retêm talento”, disse, fruto da grande guerra que tem havido pelo talento em Portugal.
“É um bom problema, o facto de Portugal, Lisboa e o Porto estarem no centro das atenções. Mesmo que crie dificuldade nos processos de contratação, cria-se um ruído muito saudável”, considerou ainda o executivo da SAP.
SAP aposta nas universidades para ‘ajudar’ na falta de informáticos em Portugal