Novo processador com suporte 5G que promete ser o mais potente num smartphone, zoom ótico até às 17x e uma gama de preços que começa nos 899 euros são os argumentos dos novos Mate 40 da Huawei. Empresa admite dificuldades com bloqueio dos EUA e agradece confiança dos consumidores.
Foi com pompa, circunstâncias e lamentos e agradecimentos no final, que a Huawei apresentou esta quinta-feira o seu topo de gama de maiores dimensões, o novo Mate 40, que surge em três versões, o 40, 40 Pro e 40 Pro+. Os preços começam nos 899 euros e vão até aos 1399, ou mesmo até aos 2 295 euros no modelo de luxo Porsche Design. Mas se o processador, as várias funcionalidades das câmaras – com zoom ótico que parecia impossível – e baterias e carregamento rápido notáveis parecem convencer, os problemas relacionados com o bloqueio dos EUA continuam a afetar a empresa não só no software, mas também nos chips.
Daí que Richard Yu, o CEO da área de consumo da Huawei, tenha terminado a longa apresentação que também incluiu auscultadores sem fios, óculos inteligentes e experiência de som e uma nova coluna, lamentando “o 3º bloqueio dos EUA, que torna muito difícil a vida” à empresa não só por não ter nos serviços da Google, mas também dificuldades que se podem intensificar em breve para produzir os seus chips. “Temos inovado como poucos e vamos continuar mesmo com as dificuldades, lideramos em várias tecnologia e temos reputação sólida em cibersegurança e privacidade, o nosso compromisso é sempre com o utilizador, obrigado pela confiança”, disse Yu.
Quando aos novos produtos, o novo Mate 40 e 40 Pro é repleto de superlativos e promessas chamativas. O ecrã OLED (2772×1344 de resolução) de grandes dimensões, tem agora 6,76 polegadas (ligeiramente maior do que o novo iPhone 12 Pro Max) – 6,% na versão standard), um design com curvatura arredondada nas extremidades de 88 graus, uma aposta reforçada no som stereo – com duas colunas Super Bass Stereo – e taxa de atualização de 90Hz (superior à do iPhone, mas inferior à do Samsung Note20 Ultra, versão mais cara que custa acima dos 1300 euros). Ainda assim, 90Hz já assume bem o compromisso de ter uma qualidade de fluidez notável sem “pesar” na bateria.
O processador é o novo Kirin 9000, “o mais rápido chip de 5nm 5G SoC, mais rápido do que o A14 da Apple e o 52% melhor do que o melhor usado em Android, o Snapdragon 865+”, diz Richard Yu. As promessas continuam, com a experiência de 5G (dependendo da rede), até 5x mais rápida do que os rivais. Além disso, o responsável garante que o processamento e experiência fluída cai bem menos do que nos rivais, apenas menos 2,5% no uso durante 36 meses.
A bateria de 4,400 mAh tem ainda a vantagem de agora carregar mais rápido – chega aos 66W, com 50W na versão sem fios, bem superior ao que vemos no Samsung Note20 Ultra (25W e 15W sem fios) e no iPhone (20W e 15W sem fios), destaca o responsável.
Os preços:
Mate 40 – 899 euros
Mate 40 Pro – 1199 euros
Mate 40 Pro+ – 1399 euros
Fotografia leva o zoom ótico dos 7 às 17x
A aposta nas câmaras tem sido um foco importante na Huawei há vários anos e o Mate 40 eleva alguns padrões, com o foco a ser agora o zoom ótico melhorado e novas funcionalidades, como o slow motion a ser incluída na câmara selfie. A zona das câmaras Leica assume um design central redondo, com super sensing wide de 50 MP e uma ultra wide de 16 MP na versão standard e 20 MP na versão Pro.
A nível de zoom, o Mate 40 tem zoom ótico de 5x, mas o 40 Pro sobe às 7x e o Mate 40 Pro+ chega mesmo a inéditas 17x. Incluído agora estão duas câmaras de grande angular com 100 graus de ângulo, uma delas incluída na câmara selfie – que tem sistema inteligente que abre o ângulo se mais gente aparecer na foto. No software também aposta numa tecnologia para evitar distorção da imagem na grande angular.
No vídeo a aposta é agora o que chamam de XD Fusion HDR Video, uma tecnologia que permite melhores vídeos mesmo em contraluz. Há depois o SuperSteady Shot para menores vibrações e o Dual Ultra Slow Motion, que chega aos 240 frames por segundo e aparece incluído pela primeira vez na câmara selfie.
Ecossistema da Huawei
A Huawei congratula-se ainda com a expansão rápida do seu Huawei Mobile Services, que subsitui os serviços da Google, indisponíveis devido ao bloqueio dos EUA. A empresa diz ser a 3º alternativa aos implementados Android e App Store, tendo já 1,8 milhões de programadores e 100% de crescimento ao ano. Têm agora 96 mil apps e dizem ter 80% das apps mais usadas no mundo. Com estratégias para ter muitas apps locais em cada país – como é o caso de Portugal.
Novos auscultadores e acessórios
Já os novos sistema EoD (Eyes on Display) promete detetar quando o utilizador está a olhar para o ecrã e só nessa altura lhe mostra a informação, que desaparece depois disso. Há também novos gestos de interação possíveis, por exemplo, para atender uma chamada com um gesto à distância enquanto se almoça ou se cozinha e se tem as mãos sujas.
O Mate 40 RS Porsche Design, em branco ou preto cerâmico, com uma capa em pele premium, adiciona ao conjunto de câmaras um sensor termal com infravermelhos que promete medir temperatura e custa 2 295 euros. A linha Porsche recebe agora um smartwatch, o novo Watch GT 2 – ambos dificilmente chegam a Portugal.
Outra novidade, que chega mesmo a Portugal, são os auscultadores Freebuds Studio (299 euros), que ocupam todo o ouvido, prometem frequências de resposta ultra wide de 48kHz, cancelamento de ruído reforçado com 4 microfones, 6 microfones para chamadas e uma antena com 360º de cobertura, além de cancelamento dinâmico – permite ouvir tudo o que se passa à volta, se o desejamos. A bateria dará para 24h de utilização e 10 minutos de carga dá para 8 horas.
Há ainda os Huawei Eyewear II, uma parceria com a marca Gentle Monster. Só a versão de óculos escuros destes wearables que dão som nos ouvidos vão chegar a Portugal.
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