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Fundadores da Google afastam-se da Alphabet. Sundar Pichai concentra poderes

Larry Page e Sergey Brin, fundadores da Google, na apresentação do primeiro telefone Android, em 2008 -marco no percurso da tecnológica. REUTERS/Jacob Silberberg

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Numa declaração conjunta, co-fundadores da Google anunciam que Sundar Pichai assumirá o cargo de CEO da Alphabet, acumulando poderes na tecnológica.

Há já algum tempo que Larry Page e Sergey Brin têm optado por manter-se longe das luzes da ribalta. Se há duas décadas criaram a Google, após a reorganização da empresa, que trouxe a casa-mãe Alphabet, assumiram cargos nesta estrutura, deixando Sundar Pichai encarregue da liderança da Google.

Numa declaração conjunta, Larry Page e Sergey Brin anunciam que é tempo para uma mudança, que dará a Sundar Pichai um novo cargo: o de CEO da empresa-chapéu Alphabet, posição que será acumulada com o cargo de diretor-geral da Google. Até aqui, o cargo de CEO da Alphabet pertencia a Larry Page, enquanto Sergey Brin assumia o cargo de presidente da Alphabet.

“Com a Alphabet bem estabelecida e a Google e outras apostas a operar efetivamente como empresas independentes, é uma altura natural para simplificar a nossa estrutura de gestão. Nunca fomos as pessoas que quiseram agarrar-se a cargos de liderança quando achamos que há formas melhores de gerir a empresa”, indicam, no comunicado, partilhado esta terça-feira. “A Alphabet e a Google já não precisam de dois CEO e de um presidente. A partir daqui, Sundar será tanto o CEO da Google como da Alphabet.”

“[Sundar Pichai] será o executivo responsável e responsabilizável pela liderança da Google e gestão dos investimentos da Alphabet e outras apostas”, indicam Page e Brin, em comunicado. “Estamos comprometidos com a Google e a Alphabet a longo prazo e permaneceremos ligados ativamente como membros da administração, acionistas e co-fundadores.”

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Desde 2015, com a reorganização da estrutura e lançamento da Alphabet, que os fundadores da tecnológica têm evitado as aparições públicas. Nos últimos anos, é Sundar Pichai quem tem sido a principal cara da Google, durante as apresentações de produtos e serviços da tecnológica. Se Pichai tem conseguido alavancar os resultados da Google – lançamentos na área mobile como os telefones Pixel ou as colunas inteligente Google Home são exemplos – também tem vindo a enfrentar vários desafios na liderança. Se há quatro anos a criação da Alphabet já motivou críticas no panorama tecnológico, principalmente pelo poderio das empresas que compõem esta estrutura, em 2019 a pressão às tecnológicas adensou-se, com várias entidades a pedirem a divisão das big tech – com a Alphabet incluída.

Além disso, Sundar Pichai também enfrentou críticas dos próprios funcionários da Google, com milhares de trabalhadores da empresa a abandonar os postos de trabalho, como forma de protesto, descontentes com as políticas da empresa. Além disso, surgiram ainda preocupações com projetos como o Project Dragonfly, que envolveria o desenvolvimento de um motor de pesquisa criado para o mercado chinês, com a possibilidade de censura à mistura. Nos últimos tempos, tem sido ainda pressionado por entidades ligadas à privacidade e concorrência, preocupadas com o uso e monitorização de dados pessoais dos utilizadores.

Aos 47 anos, Sundar Pichai reforça poderes na empresa numa época particularmente desafiante para as tecnológicas. Em comunicado, indica também que “pretende deixar claro que a transição não afetará a estrutura da Alphabet ou o trabalho feito dia a dia.”

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