A funcionalidade de encontros da rede social, chamada Dating, já está a dar os primeiros passos. Já há um país escolhido para arrancar com o serviço, que se quer diferenciar do Tinder.
Em maio, na conferência F8, Mark Zuckerberg decidiu assumir uma faceta mais romântica para a sua rede social, ao anunciar o Facebook Dating. Passados uns meses, soube-se que o serviço já estava em testes internos entre os trabalhadores do Facebook, mas agora já há um país definido para testar o Dating no mundo real. Afinal, quem testou a funcionalidade dentro da estrutura da empresa era aconselhado apenas a testar a interface de utilização e não a procurar propriamente um encontro.
A Colômbia foi o país escolhido para o Dating em modo beta, vamos assim dizer. A justificação para a escolha da Colômbia? O Facebook refere que reúne boas condições: uma delas é uma atitude positiva para com os encontros online; a segunda também é importante: tem 30 milhões de utilizadores ativos.
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Quem estiver na Colômbia e tenha mais de 18 anos pode registar-se para utilizar o serviço, que será opcional, como Mark Zuckerberg já tinha anunciado em maio.
Na altura do anúncio da funcionalidade, Mark Zuckerg referia que entre os mais de dois mil milhões de utilizações do Facebook, há muitos solteiros – estima-se que sejam mais de 200 milhões. Mas a verdade é que o Facebook quer entrar num mercado onde não está propriamente sozinho.
O Tinder, por exemplo, veio mudar o panorama dos encontros online, ao colocar numa aplicação uma espécie de jogo que permite escolher rapidamente com quem se quer sair a seguir. Deslizar para a direita mostra que se gosta do perfil da pessoa que surge no ecrã e deslizar para a esquerda dá a entender que é para esquecer. Se a outra pessoa também gostar do seu perfil, há um ‘match’ e é possível enviar uma mensagem para iniciar a conversa.
Ao aliar esta interface de jogo com os deslizar à app e a questões dos ‘matches’, que ainda ajudam a evitar conversas indesejadas, o Tinder aumentou e bem o seu tipo de público. O Facebook também quis evitar as conversas indesejadas e garantir que não há imagens explícitas a serem recebidas sem serem pedidas…
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Por isso, o Dating apresentará sugestões aos utilizadores que, caso tenham interesse na pessoa, vão ter de enviar uma mensagem com contexto: ou relacionada com uma imagem do perfil da pessoa ou com um interesse específico. Só depois será possível passar para a próxima pessoa. Do lado do recetor, a pessoa escolhe depois se aceita ou não a mensagem da pessoa – só é possível contactar uma segunda mensagem a um possível interesse se a pessoa aceitar a troca de mensagens. Também não há nada de recibos de leitura, portanto a questão do assédio e conversas ‘chatas’ também não terão (espera-se) grande espaço para crescer no Dating do Facebook.
O Facebook quer diferenciar-se, é certo; enquanto o Tinder é mais associado a encontros casuais, o Dating do Facebook aparenta ser mais virado para relacionamentos longos, tendo em conta a quantidade de perguntas que faz. Segundo a Wired, que já testou o serviço, é possível indicar se quer encontrar-se com alguém que tenha filhos, de que tipo de religião ou que tenha uma idade ou altura específica. Também é possível responder a vinte perguntas gerais, para que um possível parceiro saiba quais são os interesses.
Em comparação com o Tinder, o Facebook tem uma grande vantagem a seu favor: a quantidade de informação que acumulou ao longo dos anos sobre os hábitos de cada um. Sabe interesses e já tem algoritmos bem definidos para trabalhar.
Resta agora saber se a funcionalidade de Dating do Facebook vai efetivamente sair do modo de teste e chegar a outros países além da Colômbia.