A uniformização dos carregadores de smartphone é um desejo dos reguladores europeus. A Apple poderá ser forçada a mudar, apesar de já ter admitido no passado que está contra esta medida.
O conceito de carregador universal é um tema há muito discutido nas instituições europeias. Tudo começou em 2009. Entretanto, a discussão acalmou até 2014 e, em 2018, a comissária Europeia Margrethe Vestager abordou novamente a ideia.
Esta semana, o Parlamento Europeu voltou à carga, defendendo a uniformização dos carregadores como uma forma de poupar o ambiente. Afinal, a evolução do mundo dos smartphones implica em, alguns casos, o uso de carregadores diferentes – como a passagem do mini-USB para USB-C, no caso de muitos Android.
A transição entre carregadores tem um custo para o ambiente: o Parlamento Europeu estima que, os carregadores antigos que os utilizadores vão acumulando gerem cerca de 51 mil toneladas de resíduos eletrónicos por ano.
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Além das questões ambientais, o Parlamento Europeu não esquece também a vertente de facilitar a vida aos utilizadores. Embora o assunto mais flagrante seja o mundo dos smartphones, a instituição europeia pretende também que este carregador universal possa ser usado em tablets, leitores de e-book e outros dispositivos portáteis.
Com o assunto a ser discutido há vários anos, a Apple tem vindo, ao longo dos anos, a mostrar o seu desagrado, falando em “danos para a indústria” ou “uma disrupção desnecessária para os consumidores”.
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No passado, através de comunicado, a Apple já indicou que “mais de mil milhões de terminais da Apple tinham sido vendidos usando um conector Lightning. Queremos assegurar que uma nova legislação não se traduza no envio de novos cabos ou adaptadores desnecessários para os terminais que junto com os acessórios são usados por milhões de europeus e centenas de milhares de consumidores da Apple em todo o mundo”. Na altura, a Apple indicava ainda que “isto teria como resultado um volume de resíduos eletrónicos sem precedentes e cheio de inconvenientes para os utilizadores”, recorda o jornal espanhol El Mundo.
O tema do carregador universal será sujeito a votação “numa sessão futura”, indica o Parlamento Europeu.