A bordo do avião que sai hoje de Nova Iorque irão médicos e investigadores para analisar o efeito de 20 horas no ar.
Texto: Ana Margarida Pinheiro
De Singapura a Nova Iorque em 18h45m de distância. Durante um ano, esta rota operada pela Singapore Airlines deteve o título da mais longa do mundo. Mas não por muito mais.
Esta sexta-feira, a Qantas Airways promete quebrar o título e esticar o tempo máximo que um avião está no ar para 20 horas. A ligação Nova Iorque – Sidney parte da cidade norte-americana na sexta-feira, percorrerá 15 fusos horários e, 20 horas depois chegará à Austrália.
Como se trata de uma ligação pioneira, a bordo irão cientistas e investigadores para analisar o comportamento e efeitos de tanto tempo no ar na tripulação e passageiros. Do outro lado do mundo, a campanha publicitária não faz esquecer o caráter de teste deste voo destacando que “porquinhos-da-índia humanos experimentarão um voo de 20 horas”.
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A atividade cerebral dos pilotos e a capacidade de manterem o estado de alerta durante tanto tempo é um dos reptos lançados a esta equipa de investigadores. A comida, sono e atividade dos passageiros também será alvo de análise.
O transtorno horário tem vindo a aumentar à medida que mais pessoas cruzam o mundo todos os anos. O recurso a terapêuticas médicas para eliminação e mitigação do efeito dos horários trocados no corpo humano está a aumentar 6% ao ano, numa indústria que, até 2023 deverá alcançar 732 milhões de dólares – dados da BIS Healthcare, citados pela Bloomberg.
No ano passado, 4300 milhões de pessoas apanharam um avião. Em 2038, o número praticamente duplicará para 8200 milhões de passageiros, estima a Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA).
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