O cientista chinês He Jiankui estava desaparecido, depois de ter anunciado que teria criado os primeiros bebés geneticamente modificados, utilizando a técnica de CRISPR. Agora, há indícios de que estará em prisão domiciliária, dentro da faculdade onde faz trabalhos de investigação.
A revelação de He Jiankui gerou grande controvérsia, principalmente na comunidade científica. O cientista terá modificado embriões, na tentativa de tornar os fetos resistentes ao HIV. Desses embriões terão resultado duas bebés, nascidas em novembro.
Leia também | Cientista chinês diz ter criado os primeiros bebés geneticamente modificados
A questão da modificação genética através da técnica de CRISPR é algo que traz à tona várias questões éticas e gera discussão entre a comunidade científica. A modificação do genoma humano, a base daquilo que nos torna humanos, é uma questão sensível – tanto que há quem apelide Jiankui de ‘Dr. Frankestein’. Neste caso, aquilo que He Jiankui terá feito foi ‘desativar’ o gene CCR5 destas bebés. Durante a conferência onde fez esta revelação, acrescentou ainda que já tinha testado esta técnica em ratos e macacos.
Segundo o New York Times, He Jiankui estará em prisão domiciliária, num dormitório da Southern University of Science and Technology, em Shenzhen, na China. Segundo o NYT, o investigador estará a ser vigiado por guardas. O paradeiro de Jiankui terá sido detetado quando o cientista foi avistado numa das varandas do dormitório da universidade. Entretanto, as imagens já terão sido vistas por colegas de He Jiankui, que confirmaram que é efetivamente Jiankui.
Leia também | As 10 invenções mais intrigantes de 2018
O NYT refere ainda que o investigador terá acesso a emails e a chamadas telefónicas. He Jiankui estava desaparecido desde novembro, quando revelou na conferência International Summit On Human Genome Editing a sua investigação.