A IBM Portugal está a ajudar as instituições de ensino a aproximar os jovens do mercado do trabalho. Competências mais procuradas estão ligadas a IA ou blockchain.
Portugal pode já estar envolvido em 20 mil projetos ligados à inovação a uma escala global, mas ainda há trabalho a fazer para que a inovação continue a avançar. António Raposo de Lima, presidente da IBM Portugal, reconhece que a “inovação tem vindo a acelerar em Portugal”, mas que falta “escala às empresas portuguesas”.
Para inovar é preciso ter em conta um conjunto de requisitos, em que as pessoas e as competências para o mundo tecnológico têm um forte impacto. “A inovação tem muito que ver com tecnologia, mas tem sobretudo que ver com competências, com pessoas e com projetos.”
Nos últimos três anos, a IBM Portugal “atraiu 400 jovens, entre o eixo Tomar-Viseu”, onde a gigante tecnológica tem instalados centros de competências. Raposo de Lima reconhece que “o facto de Portugal estar na moda”, com a instalação de vários centros de competências de empresas internacionais, tem dificultado o recrutamento, num mercado que já era competitivo. “Felizmente temos um conjunto de empresas que decidiu apostar em centros de competências em Portugal e, por isso, neste momento, não é fácil atrair os jovens, mas temos conseguido.”
Uma das formas de atrair talento tem sido através da aproximação ao mundo académico, através da atualização de currículos nas instituições de ensino. “Temos colaborado com diversas instituições académicas na reformulação de currículos, introduzindo componentes de business analytics e de big data, mas também de inteligência artificial.”
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Tem sido o caso de parcerias com instituições como o Politécnico de Tomar, por exemplo, onde a gigante tecnológica norte-americana disponibiliza funcionários da empresa para “lecionarem ou para participar em projetos práticos”. A mais recente parceria anunciada é com a Universidade do Minho, focada na computação quântica.
Nos últimos três anos, a IBM Portugal atraiu 400 jovens no eixo Tomar-Viseu.
Mas não basta trabalhar no mundo académico, também é preciso garantir que os jovens que saem das universidades e politécnicos estão preparados para o que aí vem na inovação.
“Temos participado ativamente no upskilling dos jovens que, naturalmente, quando saem do meio universitário, não estão ainda completamente habilitados em ingressar no mercado de trabalho, sobretudo em projetos altamente exigentes e competitivos, que são projetos de empresas que, no fundo, estão a empreender o seu caminho de transformação digital”.
O presidente da IBM indica que a empresa tem sentido dificuldade em recrutar para competências específicas para determinados projetos, como “o domínio das competências de data science ou a utilização de ferramentas como o blockchain – aqui temos tido alguma dificuldade”, num país onde a escala também não ajuda. “É complicado hoje em dia se se quiser atrair de repente mais de cem ou 200 jovens para um projeto.”
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