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E se um programa informático conseguisse avaliar a emoção das canções que ouve?

Fonte: Pixabay

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O novo programa informático que avalia a emoção presentes nas canções nasceu na Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Os investigadores envolvidos acreditam que possa ser aplicado a várias indústrias, desde o entretenimento até à saúde.

Renato Panda e Ricardo Malheira desenvolveram este programa sob a orientação do professor Rui Pedro Paiva. A criação é um sistema informático bimodal, que junta a informação textual e acústica dos temas, que pode ser obtida através de tecnologias como a aprendizagem automática, processamento de áudio e processamento de linguagem natural, é explicado, através de comunicado. O resultado é um programa informático que consegue classificar as músicas tendo em conta o conteúdo emocional.

Os investigadores reconhecem que se trata de um processo “extremamente complexo e subjetivo”, ainda para mais quando se fala em classificação emocional de temas. Para chegar ao programa que junta num único sistema as duas abordagens distintas, cada um dos investigadores esteve dedicado a uma das componentes. Renato Panda focou-se na parte de reconhecer emoções musicais tendo em conta os sinais de áudio; já Ricardo Malheiro teve a seu cargo a exploração textual das letras das canções analisadas, saídas de uma base de dados para investigadores, com um total de 900 músicas.

Neste último caso, usando técnicas de processamento de linguagem natural, era possível encontrar determinadas combinações de palavras, habitualmente associadas a músicas tristes, alegres ou românticas.

A equipa de investigadores da FCTUC: Renato Panda, Rui Pedro Paiva e Ricardo Malheiro (da esq. para direita).

Os investigadores referem que este programa pode ter várias aplicações, mas escolhem para exemplo dois serviços de streaming de música bem conhecidos – o Spotify e Pandora. Os investigadores referem que estes serviços vão ter “muito a ganhar com sistemas de reconhecimento automático de emoções na música, permitindo gerar rapidamente playlists adequadas a cada contexto emocional desejado, por exemplo, uma festa ou prática de exercício físico”. “Este sistema poderá ser aplicado no cinema ou na publicidade, tornando muito mais fácil a elaboração de uma banda sonora adequada ao tema de um filme ou a procura de músicas específicas para captar os clientes desejados”, acrescenta.

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Mas não é só nestes campos que o programa pode ser aplicado, já que a equipa da Faculdade de Coimbra refere também a área da saúde como possível aplicação deste programa, nomeadamente no âmbito da musicoterapia.

A equipa pode já ter conseguido juntar dois sistemas neste novo programa, mas reconhece que ainda são necessárias melhorias ao programa informático, antes da entrada no mercado real. “Queremos realizar mais testes e explorar outras possibilidades como, por exemplo, avaliar a variação das emoções ao longo de uma música”.

 

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