Chama-se CIMON e parece primo do R2D2, do BB8 e de outro robô (que mostramos de seguida em fotogaleria) de Star Wars. É o novo tripulante que ‘levita’ da estação espacial internacional.
O cinema já retratou robôs de toda a espécie e feitio. Alguns dos mais populares são, naturalmente, da saga Star Wars – desde 1977 a apaixonar gerações do planeta Terra. Antes disso, já tínhamos ficado assustados com Hal 9000, o assistente inteligente e maquiavélico do clássico de Stanley Kubrick, que estreou em 1968 mas se manteve como referência da ficção científica nas décadas seguintes.
Neste contexto, são cada vez mais as situações em que NASA e companhia imitam a ficção (científica) – há vários exemplos do início deste ano. O exemplo mais recente foi a semana passada, a 29 de junho, com o lançamento do foguetão Falcon 9, da SpaceX. Dentro da missão que vai levar 2700 kg de mantimentos com água, comida, haverá novas experiências para serem postas à prova no espaço e um robô com capacidade de inteligência artificial. O objetivo? Ser uma companhia e ajuda logística, científica e… emocional. A vida no espaço pode tornar-se solitária.
O pequeno e voador CIMON – Crew Interactive Mobile Companion -, tem semelhanças com robôs que já apareceram em Star Wars – na fotogaleria esclarecemos quais. Chega a parecer uma bola de voleibol – não confundir com a bola Wilson, ‘amiga’ de Tom Hanks no filme Naufrágo, também ela uma ajuda emocional a alguém numa ilha deserta – e tem um ecrã de um dos lados com uma cara animada.
Já foi mesmo comparado a uma Alexa espacial (referência à voz da coluna inteligente da Amazon). A missão do CIMON, que não tem grande escolha a não ser cumprir as diretivas da sua programação, será interagir com os humanos na estação ISS, ir ter com eles e ajudá-los.
Para voar pela nave, CIMON vem equipado com 14 ventoinhas que fazem ‘levitar’ ou flutuar a pequena bola branca e está programado para vir ter com os astronautas que o chamem e responder a questões. O CIMON tem câmaras como olhos, microfones como ouvidos (para captar o que lhe é pedido) e um altifalante como boca. Não lhe faltam sensores ultrasónicos que lhe permitem, em conjunto com as ventoinhas, voar por toda a cabine de forma autónoma.
Além de poder responder em linguagem humana e questões (ou frases) humanas, ao gravar o que é dito e analizar as interações (sim, será tudo gravado) pode também aprender e melhorar as respostas. Isso irá permitir além de ser melhor a socializar, a ajudar em experiências científicas, podendo dar imagens e vídeos aos astronautas sobre como fazer determinado teste. O robô voador que é uma espécie de assistente de inteligência artificial ambulante tem autonomia de voo de três horas. Depois precisa de carregar as baterias.
Quem são os criadores de CIMON?
Foram os engenheiros da europeia Airbus em conjunto com a IBM que desenvolveram o robô, inicialmente a pensar na agência espacial alemã (os criadores do robô falam dele aqui). Foram feitos testes em aviões em ambientes de ausência de gravidade para garantir que tudo corre como previsto na estação espacial e CIMON encontrará por lá alguém que já o conhece bem, o astronauta alemão Alexander Gerst.
A tecnologia sobre os recursos de inteligência artificial controlados por voz do robô foi fornecida pela IBM através do famoso Watson, que tem sido usado para sistemas bancários automatizados, anúncios personalizados e na saúde.