A nova vida da Academia de Código Júnior quer ir além-fronteiras. O objetivo para 2019 já está traçado: ensinar um milhão de crianças a programar, através de uma plataforma interativa.
A Ubbu é a nova vida da Academia de Código Júnior, marca que nasceu em 2015, como variante da Academia de Código. Enquanto esta ensina os graúdos a programar, através de cursos intensivos, a versão para os miúdos tem como público-alvo as crianças dos 6 aos 12 anos.
A versão da academia para os mais novos foi alvo de rebranding para marcar a internacionalização do projeto. João Magalhães, responsável da Ubbu, explica que era “preciso ter algo que fosse simples”, mas que tivesse “um nome que funcionasse em vários países”.
Em Portugal, a plataforma já ensina milhares de crianças a aprender as bases da programação, através de uma plataforma que só precisa de um computador e ligação à internet para funcionar. Fundão foi o primeiro concelho a apostar no ensino da programação, diz João Magalhães, mas as lições expandiram-se.
Neste ano letivo, “há quase 50 mil alunos inscritos nas aulas”, mas o “plano passa por chegar aos cem mil em Portugal”.
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Agora, a plataforma já tem viagem marcada para os EUA, o Brasil e a África do Sul. A internacionalização vai ser feita através de dois parceiros, a jp.ik, a vertente virada para a educação do jp.group, e a tecnológica Microsoft, com um plano traçado. “A estratégia internacional tem sido fechar parcerias através de parceiros locais em cada país. E aí é importante a Microsoft, porque nos ajuda a abrir portas”, explica João Magalhães.
A parceria com o grupo JP tem outra vertente. “Em alguns países, percebemos que não havia infraestrutura ou a conectividade era fraca. Percebemos que a nossa plataforma não ia funcionar assim e fizemos uma versão offline.” Com o grupo português a fornecer equipamento tecnológico a várias instituições de ensino, em mercados como a América Latina e África, já há computadores a chegar às escolas com a plataforma da Ubbu pré-instalada, o que alarga o mercado potencial da plataforma.
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O objetivo para 2019 é “ambicioso”, reconhece João Magalhães, mas também já está traçado: “Queremos fechar 2019 com um milhão de alunos, um pouco por todo o mundo. O objetivo é ambicioso mas não me parece descabido.”
Mudanças a fazer
A Ubbu explica que “Estados Unidos, África do Sul e Brasil são os mercados a avançar a full speed”, mas que também já há conversações com outras geografias, como “Argentina, Colômbia ou Panamá; na Europa já há projetos-piloto a arrancar em Espanha e Noruega”. Além disso, João Magalhães indica também conversas através de parceiros locais em países como “Quénia, Líbano ou Sri Lanka”.
Além do desenvolvimento de uma versão que permitisse aprender mesmo sem internet, ensinar fora de Portugal também implica outras mudanças. Não a nível de conteúdo, já que “os desafios foram criados para serem universais, pensados para funcionar em vários países”, mas sim de linguagem.
A Ubbu já fala português e espanhol, mas João Magalhães reconhece que “há países em que vai ser necessário traduzir [a plataforma]”, apontando que isto demorará “cerca de dois meses” a ser concretizado.
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