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Fim do Windows 7 traz “ano louco” aos PC

(Patrícia de Melo/AFP)

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Microsoft terminou suporte ao antigo sistema operativo e muitas empresas optaram por atualizar o parque informático para evitar problemas.

Inesperadamente, as vendas mundiais de computadores, que estavam em queda desde 2012, voltaram a aumentar no último ano. A razão é o fim do suporte da Microsoft ao Windows 7, que obrigou muitas empresas a atualizarem o seu parque informático.

É o que mostram as contas da consultora IDC, que registou uma subida de 4,8% nas remessas mundiais de computadores desktop, portáteis e workstations no último trimestre de 2019. Ao todo foram 71,8 milhões de unidades. O ano de 2019 acabou por ser “impressionante”, depois de uma longa travessia do deserto: 2011 tinha sido o último ano positivo para o mercado.

“Este ano que passou foi de loucos no mundo dos PC, que resultou num crescimento de mercado impressionante que acabou com sete anos consecutivos de contração”, declarou Ryan Reith, vice-presidente da unidade que monitoriza o segmento de dispositivos na IDC. No total, venderam-se 266,69 milhões de computadores, uma subida de 2,7%.

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“O mercado ainda tem desafios pela frente, mas este foi um sinal claro de que a procura por PC existe apesar da insurgência contínua de formatos emergentes e a procura por computação móvel”.

A reviravolta deveu-se, em grande parte, à corrida das empresas para migrar o seu parque informático antes do prazo final da Microsoft, cujo suporte ao Windows 7 foi descontinuado nesta semana. Com o último pacote de atualizações ao sistema operativo, a fabricante norte-americana concluiu o ciclo de vida do sistema e todos os que continuarem a usá-lo estão expostos a riscos severos de segurança, a não ser que paguem pelo programa de atualização de segurança alargada (ESU) até 2023.

As empresas optaram por comprar novos PC e acorreram aos três principais fabricantes mundiais de computadores, Lenovo, HP e Dell. O trio consolidou o seu domínio, conseguindo uma quota combinada de 65% do mercado.

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A Lenovo assumiu a liderança isolada com 24,3% de quota. A marca chinesa foi a que mais cresceu, subindo 8,2%. Desta vez, a HP ficou em segundo, com uma subida de 4,8% nas vendas e 23,6% do mercado. A fechar o pódio, a Dell Technologies teve um crescimento de 5,4% e ficou com uma quota de 17,5%.

O resto da tabela mostra desempenhos menos impressionantes. A Apple não conseguiu aproveitar e viu os computadores Mac perder gás, caindo 2,2% e apenas 6,6% de quota; e a Acer registou uma de 4,6% nas vendas, encolhendo da quota de mercado para 6,4%.

A questão agora é o que se vai passar depois de a migração do parque informático para o Windows 10 estar completa. Jitesh Ubrani, diretor de pesquisa da IDC, avisa que os próximos 12 a 18 meses serão desafiantes para os PC tradicionais, porque o efeito Windows 7 estará ultrapassado. Além disso, é preciso ter em conta a guerra comercial entre os EUA e a China e o impacto do brexit, além das dificuldades no fornecimento de chips da Intel, que ainda não resolveu os problemas de fabrico.

“Embora novas tecnologias como o 5G e dispositivos com ecrãs duplos e dobráveis devam alavancar as vendas”, disse Ubrani, “isso demorará algum tempo a acontecer”.

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