À medida que o mundo que nos rodeia fica cada vez mais apetrechado de tecnologia, é preciso parar para pensar nas implicações que isso pode ter.
O Mobile World Congress é a ‘central’ de inovação por excelência no mundo dos smartphones – se queremos saber as tendências que vão marcar os próximos anos, como os gadgets dobráveis, é lá que se pode perceber isso antes de todos os outros.
Ainda que os smartphones representem uma parte importante do dia-a-dia das pessoas, há mais para considerar num mundo cada vez mais tecnológico.
Em Barcelona, Espanha, a tecnológica Ericsson apresentou dez tendências que vão marcar os próximos meses e anos. São tendências muito diferentes daquelas a que estamos habituados e destacam-se pelo desafio que lançam ao utilizador para pensar mais sobre o impacto que a tecnologia está a ter na sua vida.
1. Awarables
Um inquérito feito a mais de 5.000 utilizadores early adopters em tecnologia revela que 60% acreditam que os gadgets que percebem o nosso estado de espírito vão ser comuns dentro de três anos. O termo awarables significa dispositivos que estão conscientes do contexto que os rodeia. Se sussurrar para a assistente digital Alexa, por exemplo, ela responde também num tom de voz mais baixo – isto não é ficção, já acontece.
2. Discussões inteligentes
À medida que os assistentes digitais – como a Siri, Alexa ou Google Assistant – começam a invadir as nossas casas, será cada vez mais comum ver ‘discussões’ entre estas plataformas. Isto explica-se pelo facto de cada vez mais tarefas rotineiras passarem a ser geridas por estes assistentes e pelo facto de terem de encontrar um acordo entre si para facilitarem a vida aos seus utilizadores.
3. Aplicações que espiam
Há uma cada vez maior consciencialização sobre a grande recolha de dados que as aplicações que usamos no dia-a-dia fazem. Mas o cenário está a mudar para um patamar diferente: 47% dos utilizadores acreditam que as aplicações que têm instaladas nos smartphones estão a recolher dados seus mesmo quando não estão a ser usadas.
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4. Consentimentos forçados
Metade dos utilizadores de internet dizem-se aborrecidos pelos constantes consentimentos que encontram à medida que navegam nas páginas web – como o pop-up a permitir os cookies. A questão é que com a entrada em vigor do Regulamento Geral da Proteção de Dados, há cada vez mais pedidos de consentimentos e quase todos eles forçados – o utilizador não tem, na prática, uma verdadeira opção de escolha, ou aceita o que lhe é proposto ou a alternativa passar por abandonar aquele site.
5. Internet of Skills (Internet de Competências)
Mais de metade dos utilizadores de realidade virtual ou realidade aumentada querem aplicações, dispositivos e luvas que lhes permitam ter assistência digital em tarefas mais manuais e do dia-a-dia. Não sabe trocar uma torneira? Estas tecnologias vão ajudar.
6. Consumo sem interação
Quase metade dos inquiridos pela Ericsson querem ter as suas contas e subscrições geridos de forma automática e também querem que as suas despensas comecem a restabelecer-se sozinhas. Ir às compras? Isso vai ser coisa do passado.
7. Obesidade mental
É um dos destaques do estudo: 33% dos consumidores acreditam que dentro de pouco tempo terão de começar a frequentar ‘ginásios mentais’ para praticarem o pensamento e o cérebro, à medida que cada vez mais tarefas vão ser executadas de forma automática ou com a ajuda de assistentes digitais. Há 150 anos também poucos acreditariam que um dia seria necessário frequentar ‘casas’ próprias para manter o corpo saudável – aquilo a que hoje chamamos de ginásios.
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8. Ajuda em ser ecológico
Ainda ninguém pensou bem nisto, mas parece ser algo que os utilizadores querem: 39% gostavam de ter um relógio inteligente ou um equipamento semelhante que medisse o impacto que o seu dia-a-dia tem a nível ambiental.
9. Gémeos digitais
Quase metade dos utilizadores de realidade virtual e realidade aumentada querem ter uma versão digital, que seja igual e se comporte da mesma forma, para conseguirem estar em dois lugares ao mesmo tempo – um no mundo físico, outro no mundo digital.
10. 5G vai automatizar a sociedade
A palavra de ordem no Mobile World Congress é 5G e 20% dos utilizadores de smartphones acreditam que esta tecnologia será fulcral para automatizar os gadgets lá de casa, como também o mundo no quotidiano – gestão de tráfego automóvel, por exemplo.
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