Após admitir que contratou colaboradores a empresas externas para ouvir e transcrever mensagens de áudio enviadas através do Messenger, a Comissão de Proteção de Dados da Irlanda pede agora mais informações à empresa de Zuckerberg, para verificar se a privacidade dos utilizadores foi tida em conta.
A reportagem da Bloomberg, publicada esta semana, dá conta de que o Facebook terá contratado centenas de pessoas para ouvir e transcrever mensagens de áudio. Em resposta à notícia avançada pela agência, o Facebook indicava que os utilizadores teriam marcado a opção que dava conta de que as mensagens poderiam ser ouvidas.
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Por seu turno, as fontes ouvidas pela Bloomberg, que trabalham na transcrição dos ficheiros de áudio, indicam que a rede social não explicaria às pessoas que os áudios podiam ser ouvidos e alvo de transcrição por uma empresa externa.
Por isso, através de informação enviada à Reuters, a Comissão de Proteção de Dados da Irlanda, o principal regulador do Facebook na União Europeia, nota que “está a pedir informação detalhada ao Facebook sobre a forma como é feito o processamento e como é que o Facebook acredita que este processo está de acordo com as obrigações do RGPD”.
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O Regulamento Geral de Proteção de Dados passou a ter aplicabilidade direta na União Europeia desde o dia 25 de maio de 2018. Além de uniformizar as práticas de privacidade na Europa, exige também que as empresas que atuem em território europeu ajam em conformidade com as normas do regulamento.
Esta não é a única exigência de informação do regulador irlandês ao Facebook: já foi também pedida informação sobre a atividade do WhatsApp e do Instagram, produtos detidos pelo Facebook.
Facebook. Mensagens de áudio do Messenger foram ouvidas e transcritas