Iniciativa GHGSat permite usar satélites para monitorizar a partir do espaço as emissões de metano da indústria na Terra e promete ser ferramenta decisiva contra as alterações climáticas.
É considerado um dos pontos mais importantes para combater as alterações climáticas, agora, tem a ajuda de um novo satélite. O metano não é tão abundante na atmosfera como o famoso dióxido de carbono, mas com o aquecimento global, monitorizar e controlar as emissões industriais deste gás intenso torna-se essencial para ajuda na luta contra as alterações climáticas e os seus efeitos para o território e para a humanidade em geral.
Nesse contexto, a Agência Espacial Europeia (ESA) destaca o GHGSat, uma iniciativa integrada no programa New Space e que utiliza dados do satélite de observação terrestre Copernicus Sentinel-5P para mapear hotspots de metano na terra. Em conjunto com o satélite Claire já reuniu mais de 60.000 medições de metano emitidas por instalações industriais em todo o mundo.
O papel do Copernicus Sentinel-5P é, assim, mapear uma variedade de gases atmosféricos por todo o mundo a cada 24 horas garantindo que não há excessos e abusos nas industrias de cada país. O chamado espetómetro Tropomi (um instrumento óptico utilizado para medir as propriedades da luz) fornece dados com uma resolução de até 7 km × 5,5 km no cado do metano. Embora os dados reunidos não possam ser usados para identificar instalações específicas responsáveis por emissões, o satélite Claire consegue e é ajudado na sua orientação pelo Sentinel-5P.
É usando esta parceria espacial que o projeto GHGSat encarrega o satélite Claire de encontrar hotspots de metano e permite mesmo chamar a atenção das autoridades ou dos próprios gestores que são responsáveis pelas emissões de indústrias como petróleo e gás, gestão de resíduos, mineração, agricultura ou criação de energia.
A área de investimentos no ambiente da organização OGCI (Oil & Gas Climate Initiative) está interessado e já investiu no projeto do GHGSat admitindo que podem ser um recurso “importante e atraente para os operadores de petróleo e gás”, indica à ESA.
Depois da utilização do satélite Claire, o GHGSat planeia agora juntar mais 10 satélites que possam operar até 2022. O próximo satélite a ser usado será o Iris, que poderá detectar emissões e fugas ainda mais pequenas do que as de metano. O Íris é um dos 53 satélites que serão lançados no voo Vega VV16, agendado para meados de agosto.
O Diretor de Programas de Observação da Terra da ESA, Josef Aschbacher, explica: “O Copernicus Sentinel-5P e a Claire trabalhando juntos são um excelente exemplo de satélites institucionais a trabalharem lado a lado com satélites comerciais, um conceito que está a levar a observação da Terra a uma nova era. Admitindo ainda que o Iris será um “próximo passo para uma melhor monitorização dos gases estufa”.
Nesse aspeto, a missão de monitorização da qualidade do ar na Europa do Copernicus Sentinel-5P é assim reforçada com um rastreamento de maior precisão.
A GHGSat tem verificado um crescente aumento da procura dos seus serviços de análise e modelos de previsão, já que as análises e relatórios dedicados de metano permitem gerir melhor ativos a nível ambiental, social e de governamental para se entender melhor o risco de investimento e oportunidades de crescimento.
A iniciativa está agora a desenvolver experiências no Canadá e possui planos para um centro internacional de análise que fornece a mesma análise ambiental, social e governamental no setor financeiro. Entretanto, 5% dos dados da Íris serão disponibilizados sem custos com o objetivo de ajudar em projetos de investigação.
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