Pela primeira vez, uma mostra conseguiu juntar várias instituições de ensino, para mostrar os trabalhos desenvolvidos em contexto curricular, da Universidade da Beira Interior até ao Algarve.
Organizada pelo IADE – Faculdade de Design, Tecnologia e Comunicação da Universidade Europeia, Bruno Silva, o coordenador da iniciativa explica que “já tinha havido iniciativas do género, mas que nunca conseguiram juntar tantas instituições”. O objetivo era claro: mostrar aquilo que os estudantes fazem em contexto curricular, em cursos e formações dedicados ao mundo do desenvolvimento de jogos.
A mostra de jogos decorreu em Santos, em Lisboa, e juntou cerca de 40 projetos, oriundos da UBI, ETIC ou do IADE, num total de oito instituições participantes. Nos últimos anos, o coordenador da área de desenvolvimento de jogos e aplicações do IADE reconhece que “a oferta de cursos para jogos “rebentou””, um pouco por todo o país e que é importante existirem momentos de partilha como nesta iniciativa.
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“Não foi uma competição”, faz questão de esclarecer o coordenador, preferindo olhar para a mostra como um momento de troca de conhecimento e aprendizagem entre os cerca de 80 estudantes inscritos, que apresentaram propostas diversificadas. “Experimentámos todos os jogos, desde plataformas, shooters, jogos para saúde, com cariz de responsabilidade social… houve um pouco de tudo”. O prato forte continua a ser o desenvolvimento de jogos para desktop – entre os projetos apresentados, apenas 5% eram aplicações móveis.
Não basta reunir e mostrar o talento: a GameDev Student Showcase também serviu como um momento para receber feedback e limar algumas arestas, num momento de partilha entre instituições.
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Além disso, a iniciativa também serviu como um mini-encontro da indústria de videojogos em Portugal, como a Miniclip ou o estúdio português Nerd Monkeys. “Tivemos uma ou duas pessoas com o intuito de recrutar”, conta à Insider o porta-voz da iniciativa.
Apesar de já existirem em Portugal grandes eventos virados para o mundo dos jogos e dos eSports, na visão de Bruno Silva, ainda há muito a fazer, nomeadamente na mudança de mentalidades. “A exposição mediática do gaming ajuda, mas a área ainda é vista como entretenimento”, explica, partilhando a experiência de ensino, em que familiares de alunos ainda olham para a área como um passatempo e nem tanto como uma profissão.
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Bruno Silva prefere rematar com os números da milionária indústria dos jogos para exemplificar que é necessário “mais apoio à indústria”. De acordo com números da analista Newszoo, é esperado que a indústria dos jogos gere 135 mil milhões de dólares (cerca de 121 mil milhões de euros, à conversão atual), em todo o mundo.