Tecnológica traz para Portugal programa de defesa à democracia que já foi usado em eleições nos EUA.
Há três grandes atos eleitorais em 2019 – europeias, regionais da Madeira e legislativas – que vão levar os portugueses às urnas. Este foi o principal motivo que levou a Microsoft a trazer para Portugal o AccountGuard, um programa de treino e proteção de políticos e organizações contra ameaças digitais.
“É um facto que à data de hoje não existem países à margem dos riscos, toda a gente tem algum nível de risco. Pelo facto de não termos o risco máximo, claramente também não estamos isentos de sermos vítimas desse tipo de intromissões”, justificou André Azevedo, diretor executivo de tecnologia da Microsoft Portugal.
O AccountGuard só está disponível para utilizadores de serviços Microsoft – seja a ferramenta de produtividade Office 365, seja o e-mail Outlook, por exemplo -, mas é gratuito e tanto pode ser requerido por um candidato independente como pela Comissão Nacional de Eleições.
“Enquanto líder tecnológico com o conhecimento do terreno de quais são os tipos de ameaças que ocorrem, a Microsoft entende que fazia sentido ter um papel pró-ativo no assegurar da transparência destes atos eleitorais.”
A plataforma da Microsoft ajuda os utilizadores a conhecerem as melhores práticas de segurança, dá acesso a formações e workshops, notifica a vítima caso hajam indícios de ataque informático e até dá acesso direto a uma equipa que está dedicada ao programa de defesa da democracia.
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Esta ajuda extra chega também porque “hoje é claro que a complexidade e o nível de investimento financeiro para assegurar a cibersegurança de alguém ou de alguma organização não está, claramente, ao alcance de pequenas organizações. Sobretudo os partidos políticos não têm no seu ADN estruturas que estejam muito atualizadas do ponto de vista tecnológico”, sublinha André Azevedo.
“Não querendo ser alarmista, há o risco de intromissão”, defende o diretor executivo de tecnologia da Microsoft Portugal
Até ao momento não foram detetadas tentativas para afetar os atos eleitorais que se vão realizar em Portugal, mas a Microsoft já detetou ataques russos em organizações internacionais a propósito das eleições europeias.
“Temos a expectativa de que seja um serviço de adesão significativa”, atirou, esperando que este primeiro passo sirva como convite para que outras grandes tecnológicas com programas de proteção focados em eleições, como o Facebook e a Google, possam trazer as suas iniciativas para Portugal.
“Esta não é uma batalha individual. Claramente só é suscetível de ser ganha com o envolvimento de todos estes protagonistas.”
O principal inimigo da segurança informática? “Nós, as pessoas”