Microsoft revela que nos últimos meses várias organizações têm sido alvo de ataques informáticos. Portugal não esteve até agora na mira dos criminosos.
Os últimos anos provaram o verdadeiro poder que a tecnologia tem – a ponto de ter sido usada para influenciar o resultado das presidenciais norte-americanas ou a votação sobre o Brexit. Agora são as eleições europeias que estão na mira dos piratas informáticos.
Quem o diz é a Microsoft, que nos últimos meses detetou vários ataques a chamadas instituições democráticas na Europa – e que vão muito além de organismos oficiais e partidos, incluindo também think tanks e organizações sem fins lucrativos.
“Os ataques que vimos recentemente, em conjunto com outros que discutimos no ano passado, sugerem um esforço contínuo para atingir organizações democráticas. Eles [atacantes] validam os avisos de líderes europeus sobre o nível de ameaças que devemos esperar ver na Europa neste ano”, escreve Tom Burt, vice-presidente corporativo de segurança e confiança de cliente da Microsoft, no blogue da tecnológica.
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No total já foram identificados 104 ataques contra pessoas da Bélgica, França, Alemanha, Polónia, Roménia e Sérvia. O Centro de Inteligência de Ameaças (MSTIC na sigla em inglês) e a Unidade de Crimes Digitais (DCU na sigla em inglês) da Microsoft também já identificaram os prováveis responsáveis pelos ataques: um grupo conhecido como Strontium.
Originário da Rússia, foram detetados ataques entre setembro e dezembro de 2018 e rapidamente as organizações vítimas dos grupos foram notificadas. E aqui a palavra rápido desempenha um papel importante.
Segundo um artigo da publicação Wired, os hackers de origem russa são os mais letais do mundo: demoram apenas 19 minutos a ganhar privilégios assim que conseguem entrar num sistema informático. Os segundos mais letais são os norte-coreanos, que demoram mais duas horas do que os russos a escalar os privilégios num sistema informático pirateado.
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