É considerado um dos grandes inventores da história da humanidade, mas as suas invenções só tiveram efeito muito depois do seu tempo. Estas são as principais invenções de Leonardo Da Vinci, que morreu há 500 anos.
Nasceu em Vinci, República de Florença, a 15 de abril de 1452 e morreu em Amboise, no Reino de França, 67 anos depois, a 2 de maio de 1519 – no mesmo ano em que Fernão de Magalhães iniciou a viagem de circum-navegação que o tornou famoso. A criatividade e a versatilidade de Leonardo Da Vinci tornou-o num verdadeiro génio da Renascença, o humanista ideal.
Com os seus talentos vieram várias invenções, menos mediáticas do que os seus quadros (Mona Lisa, A Última Ceia, entre outros) e esculturas, a maioria registadas nos seus apontamentos em cadernos e que mostram um homem à frente no seu tempo na ciência, engenharia, arquitectura e anatomia.
Da Vinci desenhou esboços e diagramas das suas invenções, mas nuns casos perdeu o interesse em construí-los, noutros nunca conseguiu convencer um dos mecenas a financiar a sua construção. Ou seja, quase nenhuma das invenções registadas por Da Vinci viu a luz do dia durante a sua vida. E, como ele nunca publicou os seus cadernos, só se viria a conhecer as suas invenções muito depois da sua morte.
A verdade é que os conceitos criados por Da Vinci estavam muito à frente do seu tempo e, se tivessem sido construídos naquela época, poderiam ter revolucionado bem mais cedo a tecnologia humana como a conhecemos – embora muitas ferramentas lá descritas seriam impossíveis de construir com os recursos disponíveis nos séculos XV e XVI.
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Na lista seguinte é possível ver exemplos do que Da Vinci pretendia e que viriam a tornar-se realidade mais recentemente em máquinas incríveis e que, mesmo seguindo as suas notas, funcionam.
Homem robótico
Além de uma carroça robótica, Da Vinci também imaginou uma espécie de cavaleiro robótico, uma espécie de robô humanóide, semelhante ao C-3PO de Star Wars. Da Vinci era fascinado pela anatomia humana e passava longas horas a dissecar cadáveres para descobrir como é que o corpo humano funcionava. Ele argumenta nos seus cadernos, onde detalha com pormenor o funcionamento dos músculos humanos, e defende que podem ser aplicados a uma máquina. Da Vinci terá mesmo construído uma espécie de cavaleiro robótico, mas era algo usado apenas para entreter os ricos nas em do seu mecenas, Lodovico Sforza. Esse mesmo modelo não resistiu ao tempo mas, dizem os relatos, conseguia andar e sentar-se – com provável comando por fios. Alguns dos conceitos de Da Vinci foram usados pela NASA para um projeto de robôs para exploração planetária.
Parafuso aéreo
O chamado parafuso aéreo de Da Vinci é um dos desenhos mais peculiares presente nos seus cadernos. Semelhante a um helicóptero moderno, esta máquina voadora parece um cata-vento gigante que gira. As “lâminas” deste helicóptero deveriam ter feitas em linho. Dificilmente o aparelho funcionaria na prática.
Cidade do futuro
Quando Leonardo viva em Milão a Peste Negra estava a devastar a Europa. As cidades foram bem mais afetadas do que o campo e Da Vinci criou algumas teorias para o facto das cidades serem mais vulneráveis a doenças transmissíveis. Daí que o mestre tenha desenhado planos ambiciosos para uma cidade organizado de forma metódica, projetada do zero para ter saneamento e ter melhor qualidade de vida do que qualquer cidade da sua época. A “cidade ideal” de Da Vinci foi dividida em vários níveis, com uma rede de canais subterrâneos para uma rápida eliminação do lixo e com água distribuída através de edifícios, usando um sistema hidráulico que é semelhante ao sistema de canos modernos.
Automóvel autónomo
O carro movido por energia própria de Da Vinci pode ser visto como o primeiro carro imaginado da história. Na verdade, como também não incluía condutor também é visto como o primeiro veículo robô imaginado da história. Os desenhos que Da Vinci fez não revelam por completo o mecanismo interno e os engenheiros modernos tiveram de imaginar o que o faria funcionar. Muitos julgam que a ideia de Da Vinci seria usar um mecanismo acionado por mola semelhante ao de um relógio.
Tanque blindado
Enquanto trabalhava para Ludovico Sforza, Duque de Milão, Da Vinci propôs o que poderia ter sido uma máquina de guerra implacável: o tanque blindado. Impulsionado pela força de oito homens, o tanque blindado era uma carapaça em movimento semelhante a uma tartaruga com 36 canhões. Era operado por um sistema de engrenagens impulsionado por manivelas que giravam numa sequência de rodas.
Fato de mergulho
Quando morava em Veneza, da Vinci teve uma ideia peculiar para afastar navios invasores: enviar homens para o fundo do porto em roupas de mergulho, onde iriam fazer buracos no casco do inimigo. Naquele tempo equipamento de mergulho para sabotagem subaquática era inédito. Os mergulhadores teriam de carregar mangueiras de respiração conectadas a um sino flutuante cheio de ar, usando máscaras com óculos de vidro que os ajudariam a ver debaixo de água.
Metralhadora
A metralhadora de Da Vinci, ou “órgão de 33 canos”, não era uma metralhadora no sentido moderno. Não podia disparar várias balas rapidamente de um único cano. Poderia, no entanto, atirar tiros com intervalos rápidos. Da Vinci propôs a montagem de 11 mosquetes lado a lado, numa placa rectangular, unindo depois três dessas placas num arranjo triangular.
Ornitóptero
Da Vinci era fascinado por pássaros. Observou-os, desenhou-os e tirou deles ideias para as suas invenções. Uma dessas ideias foi o ornitóptero, um dispositivo concebido e que, teoricamente, iria permitir que os seres humanos voassem no ar como pássaros. Enquanto o pára-quedas de Da Vinci iria permitir que um ser humano saltasse de um penhasco sem se magoar, o ornitóptero era na verdade uma maneira das pessoas voarem. As suas asas são projetadas para fazerem o típico movimento dos pássaros enquanto o piloto gira uma manivela. Da Vinci já percebia como poucos de aerodinâmica e as tentativas modernas de reproduzir o modelo mostram que ele poderia mesmo ter voado na altura.
Pára-quedas
Da Vinci era fascinado pelo voo humano e concebeu um pára-quedas como forma das pessoas flutuarem pelo ar, após uma queda. A sua estrutura em forma de pirâmide era coberta por um pano e permitiria que um homem “se atirasse de qualquer altura sem sofrer nenhum dano”. As tentativas já no século XXI para construir o modelo sugerem que ele teria funcionado praticamente como descrito por Da Vinci.
Rolamento de esferas
Como uma invenção, o rolamento de esferas não parece impressionante, mas grande parte da tecnologia moderna depende de rolamentos de esferas que possibilitam que os eixos de transmissão girem – algo que permite que os dispositivos mecânicos em geral operem. A ideia já tinha sido iniciado no Império Romano, mas muitos historiadores acreditam que os cadernos de Da Vinci contêm os primeiros desenhos práticos da forma como funcionamento este rolamentos.