Mais de metade das empresas inquiridas afirma já ter em marcha testes ou estar a implementar tecnologia de IA. No entanto, só 10% diz obter retorno financeiro do uso dessa tecnologia.
Há mais empresas e gestores a fazer investimentos na área da inteligência artificial (IA) mas é importante não esquecer que as probabilidades de sucesso e retorno financeiro só são notórias com o fator humano na equação, aponta um estudo da BCG e da MIT Sloan Management Review.
O estudo, que questionou mais de três mil gestores em 112 países, conclui que o sucesso da aplicação de IA nas empresas “depende não apenas da interação entre humanos e máquinas mas da capacidade de ambos aprenderem em conjunto”.
Só 10% das empresas inquiridas, entre uma amostra composta por 29 setores de atividade, indicou estar a obter retorno financeiro significativo do uso de IA.
Outra das conclusões é a de que as empresas que recorrem a vários tipos de interação e feedback entre humanos e IA podem ter até seis vezes maior probabilidade de amplificar o seu sucesso. A probabilidade também aumenta, em 19%, com a criação de oportunidades para desenvolvimento de capacidades básicas de infraestrutura, talento e estratégia para IA ou em 18% quando é utilizada tecnologia para outros potenciais usos além da automação.
O estudo aponta que as empresas que aprendem com a utilização de IA têm três características “essenciais”: facilitam a aprendizagem sistemática e contínua entre humanos e máquinas; desenvolvem várias maneiras destes interagirem, e mudam para aprender e aprendem a mudar.
Face aos resultados de 2017, a grande maioria dos gestores inquiridos (70%) afirma entender como é que a IA pode gerar valor de negócio, um aumento de 13 pontos percentuais. Já 59% assume ter uma estratégia de IA para implementar (aumento de 20 p.p) e 57% diz que as empresas estão a testar ou a implementar a tecnologia – um aumento de 11 p.p face a 2017.
“Hoje em dia não há nenhuma grande organização que não entenda que o domínio da informação e a capacidade de aplicar IA são imperativos estratégicos. Contudo, este estudo
demonstra que uma boa parte ainda não sabe como o fazer, e também que os fatores de sucesso mais importantes poderão surpreender muitos executivos: o fator mais crítico na criação de valor a partir da IA não são os algoritmos, nem sequer a tecnologia, é o fator humano nesta equação”, diz José Ferreira, Managing Director & Partner da BCG Portugal.