Diretor da OMS cabeça de cartaz na conferência Collision from Home

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É um político, académico e cientistas especializado em saúde pública etíope e lidera a Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2017. Tedros Adhanom Ghebreyesus é diretor-geral da organização mais relevante por estes dias a nível mundial e, soube-se esta quarta-feira, é um dos cabeças de cartaz da conferência Collision from Home – o evento americano da responsável da Web Summit -, que decorre nos dias 23 e 25 de junho – em 2021 a conferência volta ao formato presencial.

Numa altura em que a pandemia de covid-19 está a perturbar a vida humana no planeta a vários níveis – em saúde pública em geral (incluindo a nível psicológico) e na parte social e económica – , Tedros será questionado sobre o seu papel na contra sem precedentes contra a pandemia, isto numa altura em a OMS se viu envolta numa polémica com o presidente dos EUA Donald Trump – anunciou o corte de apoios à instituição, acusando-a de estar “ao serviço da China”.

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor geral da Organização Mundial da Saúde
(Fabrice COFFRINI / AFP)

Os organizadores do evento que estava previsto decorrer em Toronto, no Canadá e, soube-se no início de março, vai passar a ser este ano em formato virtual e totalmente online – daí o nome Collision from Home – indicam ainda em comunicado que o foco central será em tecnologia na área da saúde. “Acredito que os avanços tecnológicos que faremos ao longo do próximo ano e até 2021 serão incríveis e mudarão a maneira como a assistência médica é pratica para sempre “, diz em comunicado Paddy Cosgrave, o responsável máximo do evento.

Além de startups ligadas a esta temática, também estarão académicos, médicos e investidores, entre os quais: Patrice Harris, presidente da American Medical AssociationVas Narasimhan, CEO da NovartisLeana Wen, professora de Saúde, Política e Gestão da Universidade George Washington; Dorry Segev, professor de cirurgia e epidemiologia na Faculdade de Medicina da Universidade Johns Hopkins; e David Kopp, CEO da Healthline Media. “Esses líderes da indústria irão mostrar como a tecnologia está a lidar e a acelerar as soluções para a pandemia global”, explica a organização.

Em destaque estão depois startups ágeis e jovens que tentam criar soluções cada vez mais rápidas “para democratizar os cuidados de saúde”. Em comunicado destaca-se ainda a Everlywell, uma startup de tecnologia da saúde que conseguiu já autorização das autoridades norte-americanas para vender kits de diagnóstico ao covid-19 em casa que qualquer um pode utilizar.

Da lista de oradores, que irão participar a partir de suas casas e não estarão mesmo em Toronto este ano, fazem parte responsáveis de empresas como Facebook, Slack, Microsoft, Spotify e o ex-basquetebolista Shaquille O’Neal. A lista que ainda terá mais nomes até ao evento no final de junho está disponível aqui.

Os bilhetes, por se tratar de um evento online, também sofreram uma redução do preço face à Collision 2019.

Evento online com tecnologia Hopin

Esta será a estreia em conferências totalmente online por parte dos responsáveis da Web Summit – o evento de novembro em Lisboa, para já, ainda está previsto ser em formato presencial.

A ajudar a criar um ecossistema que replique online o que uma conferência presencial permite os responsáveis da Web Summit (e do Collision, bem como da conferência Rise, em Hong Kong – só se realizará em 2021) têm além da sua equipa de engenheiros que já desenvolvia soluções para a app habitual usada por oradores e participantes, mas também a startup especializada em eventos online Hopin.

Como noticiámos no início de março, a dona da Web Summit – Connected Intelligent Limited – foi uma das empresas a investir ainda em fevereiro na startup londrina Hopin e, tudo indica, a experiência focada não só nas conferências propriamente ditas, mas também nos canais onde é promovido o chamado networking devem ser uma das grandes apostas.

Hoje, no Twitter, Paddy Cosgrave admitiu que o foco da sua empresa no evento Collision from Home passa por “criar uma plataforma de conferências que estabelece um novo patamar para as conferências online e irá fazer com que todos percebam que o principal propósito das conferências é o networking“.

O responsável da Web Summit, no seu estilo confiante, vai mais longe e explica que os eventos de negócios são “o maior mercado ainda por resolver”, comparando com a indústria global de música com receitas de 19 mil milhões de dólares, contra os 2,5 biliões dos eventos de negócios. “A Hopin vai comer uma parte desse mercado”.

Paddy Cosgrave deixa ainda alguns comentários sobre aquilo que a Irlanda perdeu por não manter o evento que agora é em Lisboa: “se a Web Summit ainda estivesse na Irlanda iria gerar o equivalente a mais de 10 mil empregos a full time e em três dias o equivalente a mais de metade de todo o turismo de negócios que existem no país por ano”.

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