Tecnológicas estão entre as dezenas de signatários de uma carta aberta e consideram existir grandes riscos para a privacidade dos utilizadores se a ‘proposta fantasma’ do Reino Unido for para a frente.
Apple, Google, Microsoft e WhatsApp são alguns dos nomes grandes que assinam uma carta aberta contra uma proposta do Reino Unido para aceder às mensagens encriptadas enviadas pelos utilizadores em serviços populares como o WhatsApp.
Em novembro de 2018, dois elementos do Government Communications Headquarters (GCHQ), a agência de inteligência do país, fizeram um conjunto de propostas sobre como melhor a capacidade de atuação na recolha de informações para proteção da segurança nacional.
Entre as propostas, destacou-se uma por ser polémica: os agentes Ian Levy e Crispin Robinson teorizaram sobre a possibilidade de se adicionar um utilizador, de forma secreta e anónima, a uma conversa entre dois utilizadores e que está protegida por uma chave de encriptação.
Imagine, por exemplo, estar a falar com o seu melhor amigo no WhatsApp e estar lá mais alguém a ler e ver tudo o que partilham, mesmo que ninguém saiba que esta terceira pessoa lá está. Esta possibilidade ficou conhecida no mundo da tecnologia como a “proposta fantasma”.
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Agora dezenas de signatários estão a manifestar-se contra esta ideia. “A proposta fantasma criaria riscos de segurança digital ao minar os sistemas de autenticação, através da introdução de vulnerabilidades não intencionais, e ao criar novos riscos de abuso e mau uso dos sistemas”, lê-se na carta protesto.
“Isto tornaria uma conversa entre dois elementos numa conversa de grupo na qual o governo é o participante extra”, acusam ainda na carta aberta.
O alto perfil dos signatários – e que também inclui o Centro para a Democracia e Tecnologia, a Fundação para a Liberdade de Imprensa, a Human Rights Watch e The Tor Project – já levou os autores originais da proposta a reagirem, salientando que ideia sempre foi hipotética e não um dado adquirido.
“Vamos continuar a interagir com as partes interessadas e esperamos ter uma discussão aberta para alcançar a melhor solução possível”, disse Ian Levy à publicação CNBC.
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