Marca norte-americana está a fazer uma espécie de descontos e assume nova estratégia que tenta dar ainda mais força aos bem sucedidos Apple Watch (o relógio que mais vende no mundo) e AirPods (o acessório mais bem sucedido da Apple).
As notícias sobre a morte ou declínio da Apple têm sido manifestamente exageradas nos últimos anos. Ainda em janeiro, a empresa que perdeu o seu líder icónico Steve Jobs em 2011, aparecia nas notícias pelas vendas aparentemente desastrosas do iPhone X. Uns meses mais tarde ficou-se a saber não só que o modelo vendeu, afinal, muito bem, como a Apple estava a ter lucros recorde. Em agosto tornou-se mesmo na primeira empresa norte-americana a valer mais de um bilião de dólares.
No entanto, a marca está a encontrar formas para se reinventar além das vendas anuais de grande volume de iPhones e há motivos para tal. A Bloomberg noticiou esta semana que a Apple está a implementar novas estratégias de marketing, que incluem descontos nos novos iPhone Xs. As vendas estarão aquém do esperado pelos analistas e a marca tem aumentado o valor dos iPhone antigos nas trocas pelo novo modelo.
Um exemplo concreto foi o iPhone Xr, que ficou a 449 dólares nos Estados Unidos para utilizadores que trocassem pelo seu iPhone 7 Plus, valorizando-o em 300 dólares – a tática é pouco frequente nos últimos anos para a Apple, especialmente em aparelhos acabados de chegar ao mercado. A empresa perdeu quase um quinto do seu valor de mercado desde outubro pela tal pouca procura pelos novos iPhone e, na verdade, desde 2015 que não tem tido um crescimento anual significativo nas vendas de iPhones como tinha até ali.
Além disso, 2018 também é o chamado ano de atualização de produtos, sem grandes novidades na Apple. Os novos iPhone são iguais em aspeto ao X do ano passado, embora agora exista a versão maior, o Xs Max e uma versão mais barata, o Xr.
Em setembro, a antiga responsável ambiental da administração Obama e atual vice-presidente da Apple, Lisa Jackson – também passou pela Web Summit –, esteve pela primeira vez em palco na apresentação dos novos iPhone não só para dizer que as operações da empresa já são 100% renováveis, mas a Apple vai começar a usar mais materiais reciclados, fazer os seus produtos durarem mais tempo (a média de vida útil subiu de três para quatro anos) e fazer melhor na hora dos reciclar.
A estratégia está relacionada ao aumento dos preços dos iPhone iniciada com o X no final de 2017 – já custa acima de mil euros – e ao uso de materiais mais resistentes (anunciado já este ano). Curiosamente, em novembro a Apple anunciou também que vai deixar de anunciar os números oficiais de unidades vendidas, com Tim Cook a garantir que não é isso que motiva a empresa.
Apple Watch já tem função eletrocardiograma que promete salvar vidas
Mas nem só de iPhones vive a Apple e o lançamento da nova geração do Apple Watch no final deste ano promete ser um marco importante, numa altura em que esse é já o relógio mais vendido no mundo. Esta semana a empresa disponibilizou no seu smartwatch a função de eletrocardiogramas, que promete revolucionar a saúde pessoal e a relação indíviduo-médico.
Nas próximas semanas deve também chegar a segunda geração dos populares AirPods. Os pequenos auscultadores sem fios foram lançados em dezembro de 2016 e, ao contrário do que é habitual, estão a ter em 2018 o seu melhor ano de vendas. De acordo com o analista Ming-Chi Kuo, as vendas daquele que “é o acessório mais bem sucedido de sempre da Apple” devem duplicar face a 2017, para valores acima das 27 milhões de unidades e, com o lançamento da nova geração, a Apple deve vender 100 milhões em 2021.
A empresa está a preparar-se para uma era de menos vendas de iPhones, mas ainda lhe falta uma nova gama de produtos em que estará a trabalhar: realidade virtual, automóveis autónomos e um serviço rival do Netflix (o mais próximo de ver a luz do dia).
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