Gmail, YouTube e outros produtos da Google recuperados de falhas de serviço

Alphabet, Google
A Google é uma das empresas da Alphabet. EPA/ALEKSANDAR PLAVEVSKI

Vários utilizadores de produtos da Google relataram dificuldades de acesso aos serviços da tecnológica norte-americana. As falhas foram generalizadas, com destaque para a zona da Europa e América do Norte.

A partir das 12h50 desta segunda, alguns dos serviços voltaram ao normal. No decorrer da tarde o site da Google sobre o estado dos serviços já mostrava a normalização dos serviços.

De acordo com o site Down Detector, foram detetados problemas em produtos como o Gmail, YouTube, Google Docs ou a loja de aplicações da Google. O site dá conta de picos de ‘queixas’ e erros na última hora.

A título de exemplo, só no Gmail, foi registado um pico de 1652 queixas a partir das 11h55 desta segunda-feira (hora de Portugal Continental). Sempre que o utilizador tenta atualizar a página do Gmail, recebe a resposta de ‘Erro Temporário’.

No site sobre o estado dos serviços da Google foi possível observar que se tratou de um ‘apagão’ generalizado, com problemas em praticamente todos os serviços, desde as ferramentas de produtividade até à navegação, analítica e pagamentos.

Também o Google Classroom, a ferramenta disponibilizada para as aulas à distância, foi afetada. Com vários países a depender do ensino à distância, devido às restrições que implicam o encerramento de escolas, multiplicaram-se as reações nas redes sociais.

No YouTube, sempre que os utilizadores tentavam aceder ao site recebem uma mensagem de erro, a indicar que “algo correu mal”.

Atualizado às 12h55 para incluir reposição dos serviços.

Amor em tempos de pandemia (graças à tecnologia)

Fonte: Pixabay

O que S. Paulo escreveu na Primeira Carta aos Coríntios é mais pertinente que nunca à data de hoje: resta-nos a fé, a esperança e o amor, sendo que dos três mais crucial é o amor. Pode tratar-se de amor universal, amor compassivo, amor familiar, amizade, amor apaixonado, etc. Existem múltiplas maneiras de amar alguém, diferentes tipos de sentimento, mas apenas uma palavra: “amor”. E esse sentimento não foi erradicado, permanecendo e tendo em muitos casos sido fortalecido, em tempos de pandemia.

A pandemia teve e terá múltiplas consequências a nível económico e político, mas impactou, também, os nossos relacionamentos pessoais. A quarentena obrigou (e obriga ainda, onde perdura) à convivência em grande proximidade com alguns, impondo o distanciamento social em relação a outros. A vida em confinamento exigiu o contacto constante no âmbito do mesmo lar, mas ditou o afastamento de todos os outros.

As medidas de distanciamento social eliminaram os mecanismos usuais de socialização e obrigaram ao recurso intensivo a de outros meios de comunicação e conexão ao outro (como as videoconferências, as mensagens e as plataformas sociais).

Registaram-se momentos inesquecíveis. A resiliência tomou muitas formas como as seguintes: (i) execuções artísticas em que artistas intérpretes ou executantes, ora membros de orquestras, ora de bandas, ora de companhias de bailado, se uniram no ciberespaço e não num mesmo espaço físico e assim celebraram a Arte, (ii) concertos improvisados em varandas, gravados em telemóveis e rapidamente divulgados pela net fora, (iii) grupos de apoio online solidariamente criados em redor de causas variadas e (iv) gritos de «Stay Strong» lançados aos sete ventos de telhados pelo mundo foram que uniram e fortaleceram comunidades.

A nível familiar, a vida como a conhecemos parou com a quarentena, tendo dado lugar a mais tempo livre em confinamento. Famílias houve em que o aconchego imposto pela pandemia gerou convívio, partilha e comunicação salutares, consolidando relacionamentos. De tal modo que vem aí um baby boom, fruto desse período de estreita convivência – provavelmente o maior baby boom de todos os tempos segundo o Daily Express e a Fox News.

Noutros casos, o confinamento a par do stress financeiro causado por uma economia que sucumbiu de modo não paulatino aos efeitos secundários do Covid-19 causaram conflitos conjugais e divórcios.

Tal foi desde logo augurado, em Inglaterra, pela pragmática Baronesa Shackleton de Belgravia, que anunciou a sua previsão em plena Câmara dos Lordes (segundo o Independent), tendo o vaticínio sido confirmado, por exemplo, na cidade chinesa de Xi’an, onde rígidas medidas de isolamento andaram de mão em mão com um número recorde de divórcios (segundo a Sky News).

Mas o isolamento não pôs termo ao romance, tendo alterado, sim, o processo subjacente. O vírus invocou estratégias tradicionais de namoro entre potenciais parceiros que, confinados que estavam, se viram obrigados a dialogar, a revelar medos e esperanças, sentimentos e maneiras de pensar, a conhecer melhor o outro e a seleccionar (parceiro) de forma potencialmente mais certeira.

Isto é, a pandemia possibilitou que o romance e o apego se desenvolvessem lentamente, estimulando o seu florescimento a longo prazo e lançando, consequentemente, as pedras fundamentais de uma parceria sólida.

A verdade é que embora o amor romântico se possa desencadear à velocidade da luz, os sentimentos de profundo apego levam o seu tempo a emergir. Assim, por surpreendente que possa parecer, a era pós-Covid pode bem incluir parcerias mais felizes e duradouras.

Invoco, de novo, o hino de São Paulo ao amor: como bem disse aos Coríntios, no Capítulo 13 da Primeira Carta, resta-nos a fé, a esperança e o amor sendo que dos três mais crucial é o amor. Pode tratar-se de amor universal, amor compassivo, amor familiar, amizade, amor apaixonado etc. Existem múltiplas maneiras de amar alguém, diferentes tipos de sentimento, mas apenas uma palavra: “amor”.

E esse sentimento não foi erradicado, permanecendo e tendo em muitos casos sido fortalecido, em tempos de pandemia.

 

Novo curso quer ensinar consumidores a comprar online com segurança

Compras online, ACEPI

Em parceria com várias entidades, como a ASAE ou a Direção-Geral do Consumidor, o Centro Nacional de Cibersegurança lança um curso gratuito para quem quer aprender a fazer compras online com segurança.

No dia em que se assinala a Cyber Monday, dia de descontos em compras online que se segue à Black Friday, o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) lança um curso gratuito, com o nome “Consumidor Ciberseguro”.

Em parceria com a Direção-Geral do Consumidor, o Centro Europeu do Consumidor, a ASAE e ainda o portal de compra e venda OLX, o CNCS disponibiliza um curso online com a duração total de quatro horas.

Destinado a todos os cidadãos que já façam ou que queiram fazer compras online, no final do curso é esperado que os consumidores saibam escolher um site de compras online seguro e fidedigno, selecionar o meio de pagamento mais seguro para comprar online, aprender a identificar indícios de burla em vendas online e ainda saber a quem pode ser reportado um caso de fraude em compras online. Além disso, haverá ainda um módulo sobre os direitos europeus do consumidor online.

O curso tem a duração de quatro horas, sendo que é necessário fazer uma inscrição. De acordo com a informação disponibilizada no site, este curso estará disponível até 26 de outubro de 2021, podendo ser realizado a qualquer dia ou hora, consoante a disponibilidade do utilizador.

Será disponibilizado um certificado de conclusão, que estará disponível após a conclusão de todos os módulos. Para isso é necessário responder a todas as atividades com uma percentagem mínima de 75% de respostas corretas.

Itália aplica multa de 10 milhões de euros à Apple por práticas comerciais “agressivas”

Apple, iPhone, App Store
EPA/ARMANDO BABANI

O regulador italiano multou a Apple em 10 milhões de euros, considerando que a tecnológica recorreu a práticas comerciais “agressivas e enganadoras” com a linha iPhone.

A Autoridade da Concorrência e Mercados italiana anunciou esta segunda-feira que vai multar a Apple em 10 milhões de euros. Em causa estão as práticas comerciais utilizadas pela tecnológica norte-americana para publicitar a linha iPhone.

Através de comunicado, o regulador considera como “agressivas e enganadoras” as práticas comerciais que a Apple utilizou nas comunicações dos diferentes modelos de iPhone. O regulador explica que a Apple estará a induzir os clientes em erro ao publicitar os diferentes modelos da linha como resistentes à água, sem especificar que tal só acontece em condições específicas, simuladas em laboratório, e não nas condições habituais de utilização.

Além disso, foi ainda indicado que a garantia disponibilizada aos clientes exonera a Apple de responsabilidades, já que especifica que “não estão cobertos danos por líquidos”.

Desta forma, o regulador italiano considerou que se trata de um engano para os clientes, que também não tinha qualquer tipo de proteção quando os telefones tivessem sido danificados por água ou outros líquidos.

Esta não é a primeira vez que a Apple é multada em Itália. A primeira aconteceu em 2018, quando o regulador multou a Apple em 5 milhões de euros devido a uma atualização de software que tornava os telefones mais lentos.

Apple “sem provas” de que vulnerabilidade no iPhone foi explorada

Microsoft e Governo assinam memorando de entendimento, com o objetivo de formar 200 mil portugueses

Microsoft, Windows 7
(Patrícia de Melo/AFP)

Paula Panarra e Pedro Siza Vieira assinaram esta manhã um memorando de entendimento entre a Microsoft e o Ministério da Economia. Com uma forte componente de formação de competências para o digital, as duas partes querem formar cerca de 200 mil pessoas no espaço de dois anos.

Capacitar mais portugueses para a área do digital, apoiar startups e empresas, dotar os trabalhadores da Administração Pública de novas competências digitais e contribuir para um Estado mais digital. Estas são as principais linhas do memorando de entendimento assinado esta manhã entre a Microsoft e o Ministério da Economia.

“Temos hoje coletivamente a consciência de que as tecnologias digitais são a forma de acelerar a transformação que queremos para o país”, afirmou Siza Vieira na sessão de assinatura deste memorando, aproveitando para recordar que a aposta nas competências digitais é também pedida nos Planos de Recuperação e Resiliência que Bruxelas pediu a todos os Estados-membros para delinear.

Neste memorando de entendimento, que inscreve o compromisso de “acelerar a transformação digital e a recuperação do país”, como afirmou a Microsoft, os objetivos a atingir dividem-se em três grandes eixos: pessoas, empresas e Estado. Estas iniciativas serão implementadas ao longo dos próximos dois anos.

No primeiro campo, das pessoas, a Microsoft e o Governo têm o grande objetivo de formar 100 mil portugueses nos próximos dois anos, com foco nas competências digitais para corresponderem às necessidades do mercado de trabalho. Será ainda reforçada a parceria que a tecnológica já tem com os Institutos Politécnicos em Portugal, “para a criação de mais academias Microsoft”.

No eixo das empresas, o memorando estabelece o “apoio a todo o setor empresarial e a condição para que as empresas em Portugal sejam mais eficientes, digitais e com capacidade para gerar postos de trabalho mais qualificados”, anunciou Eduardo Antunes, diretor executivo do setor público da Microsoft Portugal.

No ano em que celebra 30 anos em Portugal, a própria Microsoft anuncia que irá aumentar o número de trabalhadores no país. A empresa irá criar mais 300 postos de trabalho em Portugal, para atingir a cifra de 1500 trabalhadores. Também o centro tecnológico cloud, que apoia mais de 90 países a partir de Portugal, será reforçado.

A Microsoft compromete-se também a continuar a patrocinar o evento Building the Future, que, além da tecnologia, aborda também temáticas ligadas à educação.

No campo do apoio a empresas, além de se comprometer a apoiar parceiros e “a potenciar o negócio além fronteiras”, há ainda uma componente a pensar nas startups. A tecnológica irá investir até 1 milhão de euros na criação do programa “”Highway to 5 Unicorns”, apoiando cinco startups portuguesas. Esta medida pretende promover a descentralização e o empreendedorismo no interior do país e ilhas. Será também expandindo o programa de aceleração “Microsoft for Startups”. O memorando estabelece que o número de startups no programa passa das atuais 40 para 100.

Já no terceiro eixo, que diz respeito ao Estado Digital, as duas partes acordaram um âmbito de colaboração e apoio. A nível de recursos humanos, há o objetivo de reforçar as competências dos trabalhadores da Administração Pública. A Microsoft e o Governo pretendem, assim, dotar cem mil trabalhadores da Administração Pública de mais competências digitais, ao longo dos próximos dois anos.

Ainda neste campo a Microsoft indica que pretende “criar e desenvolver 15 projetos inovadores nos próximos dois anos” para que possa contribuir para um Estado mais digital. No âmbito da segurança informática, estão previstas cem ações de formação com o objetivo de “reforçar a prevenção, deteção, defesa e resposta a ciberataques”.

“É com espírito de compromisso e futuro que assinámos com o Governo português este memorando com o objetivo de acelerar a recuperação económica dos portugueses”, afirmou Paula Panarra, diretora-geral da Microsoft Portugal. Há três décadas em Portugal, a responsável da tecnológica reconhece que o “legado traz também muita responsabilidade”, mas que a subsidiária da Microsoft “diz presente” neste que é um “momento excecional”, em que o país tem “enormes desafios pela frente”.

No encerramento da cerimónia de assinatura deste memorando, André de Aragão Azevedo, secretário de Estado para a Transição Digital, reforçou a importância da “mudança e de atitude e mentalidade das nossas pessoas e empresas”, reforçando que será nessa viragem que “residirá o sucesso da transição digital”.

No final, o secretário de Estado revelou ainda o interesse de “assinar protocolos com outras empresas de referência”.

Em setembro o Governo assinou um protocolo com outra gigante tecnológica, a Google, também focado na recuperação económica do país através de ferramentas e formação na área do digital.

Paula Panarra. “Tecnologia vai ser posta ao serviço da economia”

Portugal investe menos em Investigação e Desenvolvimento que há 10 anos

Fonte: Pixabay

Portugal consagrou em 2019 o equivalente a 1,4% do PIB a despesas em Investigação e Desenvolvimento (I&D), sendo um dos seis Estados-membros da União Europeia a registar um recuo face ao investimento realizado 10 anos antes, revela o Eurostat.

O relatório anual sobre despesas em Investigação & Desenvolvimento nos 27 Estados-membros, divulgado pelo gabinete oficial de estatísticas da UE, revela que a União investiu no ano passado 306 mil milhões de euros em I&D, o equivalente a 2,19% do Produto Interno Bruto, face a 2,18% em 2018 e 1,97% dez anos antes.

De acordo com o Eurostat, comparando com os valores de 2009, o indicador de “intensidade em I&D” – o investimento realizado nesta área em percentagem da riqueza nacional – aumentou em 19 Estados-membros, permaneceu estável em dois e recuou em seis, um dos quais Portugal.

Em 2019, Portugal investiu 2,9 mil milhões de euros em I&D, o que representa 1,4% do PIB, valor que fica não só significativamente abaixo da média europeia (2,19%), como também aquém da “intensidade em I&D” registada 10 anos antes, quando esta alcançou os 1,58% do Produto Interno Bruto (PIB).

Ainda assim, Portugal registou um ligeiro aumento face ao ano anterior – em 2018 investira 2,7 mil milhões de euros, ou 1,35% do PIN – e está sensivelmente a meio da tabela entre os 27.

Os Estados-membros que mais investiram em I&D em 2019 foram Suécia, Áustria e Alemanha, todos um pouco acima dos 3% do PIB, enquanto no extremo oposto da lista encontram-se oito países que não chegaram sequer aos 1%, sendo a Roménia a ‘lanterna vermelha’ (0,48%).

À escala global, e comparando com as outras grandes economias mundiais, o Eurostat nota que a “intensidade em I&D” na UE em 2019 foi “muito menor” do que na Coreia do Sul (4,52% em 2018), Japão (3,28%) e Estados Unidos (2,82%), ao mesmo nível que a China (2,06%) e mais alta do que no Reino Unido (1,76%) e Rússia (1,03%).

Estes dados foram publicados pelo Eurostat no mesmo dia em que se celebra, por videoconferência, um Conselho de ministros da Competitividade da UE precisamente na vertente Investigação, e um dos pontos em agenda é precisamente as metas de investimento em I&D.

Durante esta reunião, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, apresentará o programa de trabalho nesta área da presidência portuguesa do Conselho da UE no primeiro semestre de 2021.

Portugal perde três lugares e desce para 37.º no ranking da competitividade digital

92% dos dados da Europa estão armazenados nos Estados Unidos

Fonte: Pixabay

Um relatório da Oliver Wyman conclui que 92% dos dados europeus estão armazenados nos EUA. A economia digital poderá representar até 6,3% do PIB da UE em 2025, mas tal será feito com uma elevada dependência exterior.

Com os dados a assumir uma faceta cada vez mais importante no mundo digital, um relatório disponibilizado pela Oliver Wyman conclui que uma significativa fatia dos dados da Europa está armazenada nos Estados Unidos.

Este relatório sublinha a necessidade de o velho continente reforçar a sua soberania no digital, já que a economia digital poderá vir a representar até 6,3% do PIB da União Europeia em 2025.

Citando os dados da Comissão Europeia, que espera que a economia digital possa acrescentar até 1,1 pontos percentuais ao crescimento anual do PIB europeu, a Oliver Wyman destaca que, à medida que cresce o volume de dados, “tanto empresas como cidadãos podem estar ‘presos'” a outros países, nomeadamente aos Estados Unidos, “sem capacidade para transferir os seus dados para outras plataformas”.

A consultora destaca que a dependência digital da Europa a outros países poderá mesmo representar um obstáculo para o sucesso económico. “A Europa precisa de se converter numa economia digital líder, o que só é possível se o continente recuperar o controlo, a confiança e a soberania nos dados e na tecnologia digital. Esta soberania vai permitir às empresas e às pessoas decidirem que dados são recolhidos, partilhados, utilizados e guardados, reduzindo a sua dependência de agentes estrangeiros”, considera a empresa.

Augusto Baena, partner de Communications, Media & Technology da Oliver Wyman, aponta que atingir a soberania digital e aumentar a escala da indústria europeia vai ter custos elevados. “O custo será superior a 500 mil milhões de euros segundo as nossas estimativas: 130 mil milhões para o 5G, 200 mil milhões para a construção de uma infraestrutura de Cloud e Edge distribuída, 100 mil milhões para impulsionar a Inteligência Artificial e 100 mil milhões para melhorar a cibersegurança”.

Este relatório aponta também que, em comparação com os valores investidos por potências como os Estados Unidos ou a China, o investimento feito em investigação e desenvolvimento é consideravelmente mais baixo na União Europeia. Enquanto as empresas tecnológicas europeias investiram 27 mil milhões de euros em I&D em 2018, as companhias chinesas invrestiram 50 mil milhões de euros e as norte-americanas 134 mil milhões de euros.

Covid-19 leva a explosão dos sites .pt. “Queremos ser uma nação digital”

Vision-Box. Tecnologia feita em Portugal responde aos desafios de uma aviação contactless

Vision-Box
Uma das soluções implementadas pela portuguesa Vision-Box. Foto: DR

A multinacional portuguesa Vision-Box está a fornecer soluções tecnológicas de biometria a companhias aéreas como a Emirates ou a AirAsia. A pandemia está a fazer acelerar a necessidade de soluções de autenticação sem contacto, como aquelas que a empresa desenvolve. “Numa fase em que a indústria abrandou tivemos de acelerar.”

A tecnologia made in Portugal está a “dar resposta e a aproveitar a oportunidade” trazida pela pandemia, diz Márcio Spínola, chief product officer da Vision-Box. A multinacional portuguesa já disponibilizava soluções de biometria para autenticação nos aeroportos e fronteiras, mas com a parceria com companhias como a AirAsia ou a Emirates está a trabalhar numa jornada fluida do passageiro, com o mínimo de interações com outras pessoas ou quiosques.

“Usamos a biometria, o reconhecimento da face, como uma forma de trazer conveniência para processos do dia-a-dia das pessoas – neste caso, fazemos isto nos aeroportos, que é o nosso maior e mais proeminente mercado”, explica Márcio Spínola. As soluções da empresa já eram utilizadas em vários aeroportos, como no Humberto Delgado, em Lisboa, por exemplo, mas no caso da parceria com a Emirates e com a AirAsia há algumas diferenças: a ideia de tornar a viagem seamless [com uma ideia de continuidade e fluidez] e contactless, sem contacto com equipamentos.

“Aquela jornada típica do aeroporto em que se tem de fazer um check-in, a pessoa regista-se, depois passa pela segurança, nas viagens internacionais passa-se pela fronteira e depois eventualmente entramos no avião… Em todos esses pontos, tanto no caso da Emirates como da AirAsia, fazemos a seamless journey. Na entrada fazemos um registo da pessoa, da cara e documento, e a partir deste momento, todos os pontos em que é preciso mostrar o documento ou de fazer validação deixam de ser necessários. As soluções reconhecem a cara do passageiro e é como se se estivesse a passear pelo bairro, em que as pessoas já se reconhecem”, exemplifica o responsável da Vision-Box. Com o uso das máscaras, que por vezes podem dificultar o processo, a empresa detalha que investiu no software para continuar a reconhecer o passageiro apesar dos equipamentos de proteção.

Na Emirates, esta solução seamless e contactless já está em produção, disponível para todo o tipo de passageiros (numa face inicial esteve apenas disponível para passageiros premium). Já no caso da AirAsia está a ser finalizada a primeira fase, com os sistemas a funcionar a partir de janeiro. A companhia asiática tem um plano faseado, em que até 2025 espera que possam ser processados cem milhões de passageiros por ano em 152 aeroportos.

Numa altura em que a indústria da aviação enfrenta sérias dificuldades – a IATA estima que as companhias precisem de 70 a 80 mil milhões de dólares de ajudas suplementares para sobreviver à crise – a multinacional portuguesa diz “estar no sítio certo, no momento certo”. “Enquanto todos os outros projetos estão postos um bocadinho on hold, este investimento continuou”, afirma Márcio Spínola.

O responsável da Vision-Box aponta que a necessidade deste tipo de soluções tecnológicas, que evitam tanto o contacto do passageiro com outras pessoas como a interação com superfícies, por exemplo, “é um imperativo por questões de segurança”. “A pandemia, pelas questões erradas, quebrou a inércia que existia na indústria”, diz Márcio Spínola. O contactless podia já ser uma tendência na aviação no cenário pré-coronavírus, mas a covid-19 veio acelerar o apetite da indústria por este tipo de opções de autenticação.

“A indústria da aviação sofreu perdas gigantescas. O que acabou por acontecer na Vision-Box foi alguma hesitação”, recorda Márcio Spínola, que adianta, no entanto, que rapidamente a multinacional passou a estar em contraciclo em tempos de crise. “A pressão dos nossos clientes, ao contrário de muitas indústrias, passou a ser a de começar a entregar as soluções mais rápido. Sentimo-nos um bocadinho como se tivéssemos a vacina para a indústria”.

“Mas não é um mar de rosas”, clarifica o responsável. As restrições impostas às viagens nos últimos meses dificultaram o envio e a instalação de equipamento. “Não podíamos enviar o hardware para esses países… Tivemos um período em que tínhamos todas as contenções, mas felizmente neste momento temos a nossa fábrica a produzir a mais de 100%. Estamos a produzir para os nossos clientes, há um grande esforço da equipa de projetos para dar o nosso contributo e ajudar na recuperação da indústria”.

Mas a escala é um desafio. “Temos as soluções certas, mas há um grande esforço que temos de fazer para tornar estas soluções o mais produzíveis possível. Temos uma grande procura mas é preciso conseguirmos fazer isto em escala e é isso que nos está a manter muito ocupados neste momento”, explica Spínola. “Numa fase em que a indústria abrandou tivemos de acelerar: acelerar para termos um produto mais robusto e que possa ser vendido em maior escala”.

Num ano marcado pela incerteza, a Vision-Box teve de “fazer crescer a empresa e ir buscar o melhor talento” para aproveitar uma oportunidade que Márcio Spínola classifica como “de ouro” para o negócio da multinacional portuguesa.

Tecnologia a fazer mexer a organização dos aeroportos

Além de uma opção com menos contacto com dispositivos utilizados por milhares de pessoas diariamente, a Vision-Box aponta ainda que uma jornada mais seamless numa viagem de avião pode trazer uma grande redução de custos.

“Já existe imenso investimento em quiosques e hardware. No momento em que apostamos em mobile devices muitos destes equipamentos que são caros desaparecem, aposta-se em algo que é mais económico”, exemplifica a Vision-Box. A empresa defende que, a partir do momento em que se torna o processamento de passageiros num aeroporto mais eficiente, liberta-se espaço para outras áreas dentro de um aeroporto, nomeadamente a comercial – uma componente importante para o negócio.

“Há uma parte de processamento de passageiros, muito operacional, mas também há um lado muito comercial nos aeroportos”, destaca o responsável. “Uma solução como a nossa permite tornar as áreas operacionais, a parte de processamento de passageiros mais eficaz. Isso poupa custos na parte operacional do aeroporto e liberta espaço físico para ser usado de forma comercial. Em muitos aeroportos que são privados isso representa ganhos significativos”.

Elon Musk destrona Bill Gates do posto de segundo homem mais rico do mundo

Elon Musk
Elon Musk. (Brendan Smialowski / AFP)

De acordo com o ranking da Bloomberg, Elon Musk contará com uma fortuna avaliada em 128 mil milhões de dólares, que lhe confere o segundo lugar da lista dos mais ricos.

Elon Musk, o dono da marca de elétricos Tesla e da empresa de exploração espacial SpaceX, ultrapassou o multimilionário Bill Gates na lista dos mais ricos. De acordo com os dados do Bloomberg Billionaire Index, Musk é agora o segundo homem mais rico do mundo.

Este segundo lugar era, habitualmente, ocupado por Bill Gates, filantropo e fundador da Microsoft. Aos 49 anos, Elon Musk viu a sua fortuna ascender aos 128 mil milhões de dólares (cerca de 107,9 mil milhões de euros), contabiliza a Bloomberg.

Só esta segunda-feira Musk terá arrecadado mais 7,2 mil milhões de dólares (6 mil milhões de euros) devido à subida das ações da Tesla. No final da sessão de ontem, em Wall Street, os títulos da empresa subiram 6,58% para uma cotação de 521,85 dólares, após o anúncio de que a Tesla passará a integrar o índice S&P em dezembro.

Com esta fortuna, Musk ultrapassou Bill Gates, que passa agora a ocupar o lugar de terceiro homem mais rico do mundo. De acordo com a CNBC, esta é a segunda vez no espaço de oito anos em que o criador da Microsoft desce no ranking dos mais ricos. Bill Gates tem uma fortuna avaliada em 127,7 mil milhões de dólares (107,61 mil milhões de euros).

Na semana passada, Elon Musk “empurrou” mais um milionário para uma posição mais baixa no ranking – Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook.

O sul-africano tem vindo a fazer uma ascensão significativa na lista: a Bloomberg aponta que Musk já ganhou mais de 100 mil milhões de dólares este ano, passando do 35.º lugar no ranking dos mais ricos em janeiro para o segundo lugar em novembro.

Este índice da Bloomberg aponta que a fortuna dos milionários presentes nesta lista subiu 23% este ano, apesar da contração económica causada pela pandemia.

Sem mexidas, Jeff Bezos, o dono da Amazon, continua a ocupar o cargo de homem mais rico do mundo com uma fortuna avaliada em 182 mil milhões de dólares (153,4 mil milhões de euros).

Procura pela profissão mais sexy cresce em Portugal

computador, email
Fonte: Unsplash

A procura por data scientists ganha novo fôlego todos os anos. No ISAG, no Porto, há já uma pós-graduação para dar resposta à escassez.

Descrita pela indústria das tecnologias de informação como uma das profissões mais sexy da atualidade, Rita Faria e Ivo Nogueira não têm dúvidas de que a área de data science continuará a enfrentar picos de procura por talento no futuro. Os coordenadores da pós-graduação em Data Science and Business Intelligence do ISAG – European Business School, do Porto, explicam que o potencial de crescimento desta área anda de mão dada com a evolução da tecnologia.

Data science e as áreas relacionadas têm crescido uns 40% no mínimo e no seu auge 60%, todos os anos”, aponta Ivo Nogueira. “Aquilo que estamos a ver no mercado é que precisamos de muito mais data scientists no mercado do que aqueles que existem e é expectável que nos próximos anos aconteça o mesmo: a tecnologia vai continuar a melhorar, a quantidade de data scientists de que vou precisar é exponencialmente maior do que aquela que precisava ontem e vamos ter na mesma este superavit de procura, comparando com a oferta disponível.”

“É uma profissão super sexy, muito procurada, mas que tem uma vertente muito abrangente”, acrescenta Rita Faria. “A ciência dos dados sem dúvida que está aí e só vai ter tendência a crescer.” No entanto, aponta que a falta de recursos humanos nessa área é um problema, ainda para mais quando o número de empresas interessadas nesta profissão está a crescer. “Há uma oferta de mercado muito baixa – e daí também os salários altos oferecidos, porque o mercado não está a conseguir responder às necessidades das empresas.”

Nesta primeira edição da pós-graduação em data science, os coordenadores reconhecem que foram surpreendidos pela procura. “Tivemos bastante sucesso nesta primeira edição, fomos a pós-graduação mais procurada e excedeu as expectativas. Queremos continuar e estamos aqui para melhorar”, sublinha Rita Faria. As aulas arrancaram no início de outubro, com 22 alunos, com um leque de perfis de formação alargado.

Os responsáveis sublinham que esta pós-graduação distingue-se pela abordagem mais prática, baseando-se em profissionais da área que possam aproximar os alunos das expectativas do mercado de trabalho. Ainda antes do arranque da formação, Rita Faria explica que foi feita uma pesquisa de mercado. “No Porto a oferta não era muito grande, já na altura havia dois cursos, um com grau académico e outro em pós-graduação. O que senti nos dois foi que eram muito teóricos – ambos ensinados por académicos, professores de carreira, que têm todo o seu valor, mas nós queríamos tornar este curso diferente.”

“Se conhecemos aquilo que as empresas querem e podemos transmitir esse tipo de conhecimento, isso tem muito mais valor do que algo puramente académico”, dizem, apesar de sublinharem o valor do contexto académico, por exemplo, na estatística. “Há toda uma tendência no mercado de trabalho que está à procura de determinadas competências e queremos passar isso aos nossos alunos.”

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