Foxconn e a chinesa Geely juntam-se para fabricar carros para outras empresas

(Sam YEH / AFP)

Num anúncio conjunto, a Foxconn e a fabricante de automóveis Geely anunciam a joint venture, que pretende fabricar e disponibilizar serviços às empresas da indústria automóvel.

De acordo com o anúncio feito, as empresas têm partes iguais nesta joint venture, que disponibilizará a produção, consultoria e outros serviços para as empresas da indústria automóvel.

Com as fabricantes automóveis cada vez mais interessadas nos serviços de condução inteligente, também esse tipo de serviço será disponibilizado, assim como na tecnologia para veículos elétricos.

A Foxconn é conhecida por ser a principal fabricante dos telefones da Apple, mas já há algum tempo que mostrou que quer expandir-se além da produção de gadgets. Se no ano passado anunciou o lançamento de uma plataforma pensada para os automóveis elétricos, no início deste mês também já anunciou um acordo com a chinesa Byton. O acordo estipula que a Foxconn ajudará a empresa a acelerar a produção do modelo M-Byte, já a partir do primeiro trimestre de 2022.

Para a Geely, que é dona da Volvo e ainda detém uma participação de 9,7% na Daimler, esta joint venture poderá representar uma melhoria da capacidade de utilização das suas fábricas na China, nota a Reuters.

A Geely anunciou recentemente um acordo com a Baidu, a gigante dona do motor de pesquisa dominante na China, que envolve o fabrico de veículos elétricos.

Procura por iPhone 5G impulsiona vendas trimestrais da Foxconn

Vendas da App Store terão permitido à Apple encaixar cerca de 64 mil milhões de dólares

Apple, iPhone, App Store
EPA/ARMANDO BABANI

A loja de aplicações da Apple terá visto as vendas subir significativamente no ano passado, impulsionadas pela pandemia, conclui uma análise divulgada pela CNBC.

No ano passado, as vendas da App Store terão atingido os 64 mil milhões de dólares (mais de 52,8 mil milhões de euros), revela uma análise feita pela CNBC.

De acordo com o canal de televisão norte-americano, as vendas da loja de apps, ainda antes de impostos, terão permitido à Apple encaixar quase mais 14 mil milhões de dólares face aos resultados de 2019.

Estes números são, também, obtidos através da análise da CNBC, que salienta que as vendas da App Store têm crescido ao longo dos últimos anos: em 2018, terão rondado os 48,5 mil milhões de dólares (39,5 mil milhões de euros).

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Ao longo de 2020, esta análise estima que as receitas da App Store tenham crescido 28%, um número consideravelmente acima dos 3,1% de crescimento em 2019.

A Apple não revela o montante gerado pela App Store. As receitas da loja de aplicações são obtidas através de comissões cobradas aos detentores das aplicações. Salvo algumas exceções, a Apple obtém 30% por cada venda feita através da loja. Depois de alguma contestação, as empresas que gerem menos de um milhão de dólares através da App Store podem pagar 15% do montante, metade da comissão geral.

Utilizadores gastaram milhões nas festas

Numa publicação oficial, a Apple indica que só durante a época do Natal e Ano Novo os utilizadores gastaram “1800 milhões de dólares em bens digitais e serviços”, maioritariamente em jogos.

O primeiro dia de 2021 começou mesmo com um montante de 540 milhões de dólares (441 milhões de euros) de compras na App Store.

App Store começou o ano com receitas de 386 milhões de dólares

Hyundai confirma que está em conversações com a Apple, após sugestão de parceria nos elétricos

Apple, tecnologia
EPA/JUSTIN LANE

Depois de um jornal sul-coreano ter avançado que a Hyundai e a Apple estariam numa fase inicial de negociações, focada numa possível parceria para desenvolver tecnologia e baterias para carros elétricos, a fabricante automóvel confirmou a informação.

A fabricante automóvel confirmou que está numa fase inicial de negociações com a Apple, após a informação ter sido avançada pelo Korea Economic Daily, um jornal sul-coreano.

De acordo com a agência Reuters, esta sexta-feira o jornal avançou que a empresa liderada por Tim Cook e a Hyundai estariam em conversações para desenvolver tecnologia de condução autónoma e ainda baterias. A mesma fonte apontava que, com a Apple a dar sinais de que irá apostar no projeto Apple Car, com os rumores a prometerem uma nova tecnologia de baterias, uma possível parceria com a Hyundai abriria a porta à produção de baterias nas instalações da fabricante automóvel nos EUA.

“A Apple e a Hyundai estão em discussão, mas numa fase inicial, nada está ainda decidido”, avançou a Hyundai, em comunicado. Além desta confirmação, não foram avançados mais pormenores sobre o tema destas discussões.

Mas, conforme nota a Reuters, numa comunicação feita ao regulador de mercado, a Hyundai indicou apenas que estava “a receber pedidos de cooperação para desenvolvimentos de veículos elétricos autónomos com várias empresas”, deixando cair a referência à tecnológica norte-americana.

Em dezembro, a Reuters avançou que, após quatro anos sem novidades sobre Project Titan, um automóvel com a marca Apple, a empresa estaria à procura de um parceiro para fabricar as primeiras unidades até 2024. Anteriormente, a Apple teria a ambição de desenvolver o seu próprio veículo autónomo de raiz, optando agora por uma aliança com outra empresa.

A Hyundai e a Apple já trabalharam juntas em projetos anteriores, nomeadamente no CarPlay, o software desenvolvido pela Apple para estabelecer a ligação entre o iPhone e o automóvel.

Os analistas notam que, caso a Apple eventualmente entre no mercado automóvel, a Tesla de Elon Musk poderá ter um novo rival.

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Procura por iPhone 5G impulsiona vendas trimestrais da Foxconn

(Sam YEH / AFP)

A Foxconn, a principal empresa que assegura a montagem de equipamentos para a Apple, superou as estimativas dos analistas no último trimestre.

A Foxconn – ou Hon Hai, de acordo com o nome oficial na bolsa de Taiwan – apresentou resultados recorde no último trimestre, fortemente impulsionados pela procura acima do esperado pelos equipamentos 5G da Apple.

A empresa, que é a principal fornecedora da tecnológica liderada por Tim Cook, terminou o último trimestre de 2020 com vendas de 25,5 mil milhões de dólares (20,8 mil milhões de euros). As receitas no quarto trimestre ascenderam 2 biliões de dólares de Taiwan, o equivalente a 58 mil milhões de euros, segundo as contas feitas pela Bloomberg, com base nas vendas mensais da Foxconn.

Desta forma, a agência nota que foram superadas as expectativas dos analistas para o quarto trimestre de 2020, que estimavam que a empresa conseguisse chegar aos 1,8 biliões de de dólares de Taiwan em vendas.

A Foxconn é a única empresa que assegura a produção dos topo de gama da Apple, os iPhone 12 Pro e 12 Pro Max. Os analistas apontam que a procura acima do esperado por estes equipamentos, dotados de conetividade 5G, sinalizam uma boa resposta por parte do mercado tecnológico. Caso a economia global comece a dar sinais de recuperação, após o impacto da pandemia de covid-19, os analistas citados pela Bloomberg apontam que a procura por equipamentos como smartphones e wearables da Apple possa crescer significativamente este ano.

O chairman da Foxconn, Young Liu, tem esperança de que 2021 seja um bom ano para o negócio da empresa, esperando que as vendas cresçam a dois dígitos.

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A parceria no setor automóvel

A Foxconn está interessada na diversificação da montagem e produção de equipamentos. Esta semana, sinalizou ao mercado que pretende consolidar a presença no setor automóvel, anunciando que assinou um acordo com a chinesa Byton, fabricante de carros elétricos.

O acordo estipula que a Foxconn disponibilize à Byton “tecnologia avançada de manufatura, experiência na gestão de operação e recursos de linha de produção”, trabalhando para assegurar a produção do modelo M-Byte e a chegada ao mercado chinês em 2022.

A Bloomberg estima que este acordo possa envolver um montante de 200 milhões de dólares (mais de 162 milhões de euros).

O M-Byte foi apresentado em 2018, mas a Byton tem enfrentado dificuldades para conseguir assegurar a produção deste modelo. Em julho, a linha de produção foi mesmo suspensa, devido à covid-19, dando oportunidade à empresa para repensar o negócio.

Atualmente, a Foxconn já disponibiliza alguns componentes para a indústria automóvel, nomeadamente à Tesla.

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Conheça as novidades que vão chegar ao WhatsApp em 2021

WhatsApp
Fonte: Pixabay

A aplicação de mensagens detida pelo Facebook está constantemente a adicionar novas funcionalidades. Para 2021, sites como o conhecido WABetaInfo, que habitualmente revela as próximas funcionalidades do WhatsApp, dá conta de ferramentas como as fotos que se autodestroem ou ainda a pesquisa nos stickers entre as novidades.

Fotografias que desaparecem

Já há algum tempo que se fala nesta hipótese de enviar fotografias através do WhatsApp que desaparecem ao fim de algum tempo, à semelhança daquilo que é feito em aplicações como o Snapchat, por exemplo.

De acordo com as primeiras imagens vistas desta funcionalidade, quando quiser partilhar uma imagem ou vídeo com alguém, estará disponível um pequeno ícone onde será possível ver uma espécie de prazo de validade da imagem ou vídeo. Quando esse prazo temporal expirar, a imagem deixará de estar disponível.

Pesquisar nos stickers

De acordo com o WABetaInfo, a versão beta do WhatsApp no iOS vai permitir pesquisar nos stickers, as pequenas figuras que podem ser utilizadas na aplicação. Esta funcionalidade é especialmente útil para quem já tem um grande número de pacotes de stickers – à semelhança do que se faz com a base de ficheiros GIF.

Mais avisos aos utilizadores

Conforme já tinha sido avançado, o WhatsApp vai comunicar em breve aos utilizadores a nova política de utilização. Uma das mudanças para este ano é ainda o aumento das notificações aos utilizadores sobre aquilo que são as novidades dentro da própria aplicação ou mesmo outros aspetos que possam vir a mudar.

Modo de férias

É algo que já é referido há algum tempo: a disponibilização de um modo de férias no WhatsApp, quase como se determinadas mensagens pudessem ser arquivadas durante um período de tempo, para que possa responder mais tarde, após o período de descanso.

Atualmente, se arquivar uma mensagem esta desaparecerá por momentos, mas voltará assim que receber outra mensagem.

Chamadas de voz na versão Web

Há já alguns anos que existe a possibilidade de, na versão Web, poder fazer chamadas de voz. Atualmente, só é possível fazer este tipo de chamadas através da versão para smartphone.

Até ao momento, o WABetaInfo nota que as chamadas de voz e de vídeo na versão web só estão disponíveis para alguns utilizadores, mas que é provável que comecem a chegar a mais pessoas ao longo dos próximos tempos.

Ao fazer uma chamada através da versão web, será aberta uma janela independente, para que possa continuar a utilizar o WhatsApp.

Vídeos sem som no WhatsApp

Esta nova funcionalidade permite não só ter maior escolha mas também poupar dados. De acordo com o El Mundo, em breve poderá partilhar vídeos com outros utilizadores que começam a ser reproduzidos sem som.

Além de reduzir o peso dos dados no envio no vídeo, também é mais prático para o utilizador escolher se quer ver o ficheiro com som – à semelhança daquilo que acontece no Instagram, em que o vídeo só é apresentado com som quando toca no ícone no ecrã.

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Trabalhadores da Google formam sindicato nos EUA e pedem mudanças na empresa

Alphabet, Google
A Google é uma das empresas da Alphabet. EPA/ALEKSANDAR PLAVEVSKI

Descrito como um “momento histórico”, os trabalhadores da tecnológica formaram um sindicato, chamado Alphabet Workers Union. Esta união de trabalhadores estará disponível para todos os empregados e subcontratados de qualquer empresa do grupo.

Com o apoio do Communications Workers of America, foi formado o primeiro sindicato de trabalhadores da companhia, empresa-mãe da Google. Em comunicado, os trabalhadores dos Estados Unidos indicam que este Alphabet Workers Union é o primeiro em mais de 20 anos de história da empresa, estando disponível para qualquer trabalhador, independentemente do vínculo ou da empresa para que trabalha.

“Este será o primeiro sindicato aberto a todos os empregados e subcontratados de qualquer empresa da Alphabet, com membros que pagam cotas, um quadro de direção e pessoal pago”, indica o comunicado deste sindicato.

“Este sindicado foi construído na base de anos de organização corajosa de trabalhadores da Google”, nota Nicki Anselmo, program manager da tecnológica, citada em comunicado. Na nota de criação desta organização de trabalhadores são referidos movimentos de contestação ao Project Maven, um sistema de inteligência artificial para o Pentágono ou ainda “os pagamentos multimilionários feitos a executivos que cometeram assédio sexual”.

“O nosso novo sindicato disponibiliza uma estrutura sustentável para garantir que os nossos valores partilhadas enquanto trabalhadores da Alphabet são respeitados mesmo depois de os títulos de jornais desaparecerem.”

Esta união de trabalhadores defende que quer garantir que os trabalhadores são tratados da mesma maneira, com acesso aos mesmos direitos, independentemente do vínculo. Num artigo de opinião publicado no New York Times, referem inclusive que, tendo ajudado a construir a Google, “esta não é a companhia para quem querem trabalhar”.

“Queremos que a Alphabet seja uma empresa onde os trabalhadores têm uma palavra a dizer nas decisões que nos afetam e a toda a sociedade em que vivemos.”

Segundo a agência Reuters, este sindicato contará já com 226 trabalhadores.

Bebés Proveta, Bebés Design: Do imaginário distópico de Aldous Huxley para a realidade

criança, recém-nascido, bebé
Fonte: Pixabay

Em 1932, Aldous Huxley avançou, no inesquecível Admirável Mundo Novo, a noção de fabrico de seres humanos em série. A realidade distópica que descreve assenta numa linha de produção em que a configuração genética dos embriões é de tal forma precisa que não controla apenas factores estéticos (como a cor dos olhos e a altura) mas também a capacidade física e intelectual do indivíduo, levando à sua inserção em certa classe ou casta (Alfa, Beta, Gama, Delta e Épsilon) assim garantindo uma estratificação social rígida, inclemente e marcada. Por exemplo, os embriões Alfa são os líderes do Estado Mundial enquanto os Epsílones executam trabalho manual.

Da ficção para a realidade: Bebés proveta

Em 1978, nasceu no Reino Unido, Louise Brown, o primeiro bebé proveta. Uma nova era da Medicina emergiu sob a liderança de Robert Edwards, pioneiro da biologia e medicina reprodutiva, que permitiu a concretização do sonho dos pais de Louise.

A fertilização in vitro (que permite a fertilização exterior das células do óvulo com posterior transferência dos embriões para o canal uterino) passou, então, de visão a realidade.

Milhões de bebés in vitro depois, em 2010, o Pai da fertilização in vitro foi laureado com o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina, tendo lembrado a prestigiada Academia Sueca que “a sua descoberta permitiu tratar a infertilidade, uma condição médica que afecta uma larga proporção da humanidade, incluindo mais de dez por cento dos casais de todo o mundo”.

O Vaticano criticou abertamente a decisão da Academia Sueca, tendo o Presidente da Pontifícia Academia para a Vida, Ignacio Carrasco de Paula, notado que embora o Vaticano tivesse dado o seu aval à fertilização assistida em 2008, considerava imoral a fertilização in vitro devido ao elevado sacrifício de embriões que lhe era inerente.

Da ficção para a realidade: Edição de genes

Em 2012, uma equipa liderada por Jennifer Doudna e Emmanuelle Charpentier, desenvolveu um método de edição do genoma, o CRISPR/Cas9, (“Clusters of Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats”) que facilita a edição de letras do ADN, método esse criado com base na constatação de que uma certa proteína, a proteína Cas9, actuava qual tesoura, desactivando, corrigindo ou substituindo genes com precisão.

O entusiasmo foi grande, uma vez que a técnica em causa emergiu com a promessa da prevenção de doenças hereditárias como distrofia muscular, hemofilia e fibrose cística, de tal forma que o Prémio Nobel da Química de 2020 foi atribuído a Doudna e a Charpentier.

Da ficção para a realidade: Bebés Design

A preocupação de muitos advém do facto de que o sistema CRISPR permite, ainda, o chamado melhoramento humano, levantando múltiplas questões éticas. O melhoramento humano já não é tema de distopias distantes.

Em 2018, a MIT Technology Review revelou que uma equipa liderada por He Jiankui havia recorrido à técnica CRISPR para editar em laboratório, in vitro, o genoma de dois embriões cujo pai era portador de HIV. Nesse ano nasceram os primeiros bebés geneticamente editados: as gémeas Lulu e Nana.

He Jiankui terá apenas desactivado o gene que permite a infecção relevante (HIV) mas segundo a mesma MIT Technology Review o cérebro das gémeas poderá ter sofrido alteração, com consequências em sede de memória e de cognição. A questão é se He Jiankui já antevia e pretendia tal efeito colateral.

Encontrar-se-á aberta a porta do melhoramento humano por meio da engenharia genética, do aperfeiçoamento de embriões, de modo a garantir que são bem nascidos?

Lembremos, aqui, que o termo eugenia criado em 1883 por Francis Galton significa, precisamente, bem nascido. Galton definiu eugenia como o estudo dos agentes que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais, físicas ou mentais, de gerações futuras.

Ou seja, paira sobre a engenharia genética a suspeita de práticas eugénicas, sendo que a possibilidade de direccionar a engenharia genética para o melhoramento humano obriga à reflexão sobre questões éticas fundamentais e ao estabelecimento de normas globais.

Continua

Patricia Akester é fundadora do Gabinete de Propriedade Intelectual.

Nota: A autora não escreve de acordo com o novo acordo ortográfico.

IBM: “Já conseguimos dar raciocínio às máquinas e as aplicações são infindáveis”

    Project Debater, IBM

    Uma descoberta recente vai melhorar e dar novas funcionalidades aos sistemas automatizados, revela em entrevista a israelita Aya Stoffer, vice-presidente de inteligência artificial da IBM.

    É a líder da IBM para a inteligência artificial (IA), empresa onde está há 21 anos depois de uma passagem pela NASA. Chama-se Aya Stoffer, é israelita e com 55 anos admite que a humanidade “tem assistido em pouco tempo a avanços incríveis”. Apesar disso, esta mulher numa posição que “ainda é rara”, a da liderança numa área tecnológica, admite “que as expectativas das pessoas e dos filmes costumam ser demasiado ambiciosas – “inovar demora mais tempo”.

    Depois de ter explorado a pesquisa online, em 2007 dedicou-se ao projeto Jeopardy que deu origem a um dos programas mais determinantes na IBM atual, o sistema de IA Watson – que começou a por sistemas a dar as respostas do jogo Jeopardy. Hoje o Watson é usado em todo o tipo de funcionalidades, dando respostas a partir de vastas bases de dados em linguagem natural, que ajudam a tomar decisões em áreas tão diversas como a saúde ou culinária.

    Neste contexto, o que a entusiasma mais agora? “Os sistemas de IA são mesmo mais básicos que um gato a nível de perceção e compreensão, mas há uma nova tendência que está a mudar essa realidade”.

    Aya Stoffer explica-nos que o que foi feito nos últimos 15 anos e permitiu criar sistemas como a Siri, Google Assistant, Watson ou Alexa, foi usar uma estratégia de inteligência artificial que usa redes neuronais – que tentam imitar em parte o processo do nosso cérebro, treinando sistemas a otimizar relações entre dados obtidos (são precisos muitos dados) para prever resultados: determinando, por exemplo, se o que está numa foto é mesmo um gato.

    “Nos anos 1970 e 80 usava-se a chamada inteligência artificial simbólica ou lógica, era feita à base de regras lógicas para alimentar os sistemas e essa foi a altura do inverno do IA, onde não se avançou quase nada”.

    O que os especialistas da IBM e de outras empresas estão agora a construir é o que se chama de rede lógica neuronal, “onde os nós na rede são como portais de lógica que podem produzir raciocínio dentro da rede neuronal alimentada com muitos dados”.

    Confuso? A especialista explica em termos mais simples: “a IA atual precisa de milhares de fotos de gatos para reconhecer que é um gato ou de milhares de situações em que alguém meteu a mão no fogão quente e se queimou, mas uma criança não precisa disso tudo para saber o que é um gato ou como queima a mão. Se os pais lhe disserem que os animais peludos com orelhas pontiagudas e bigodes são os gatos ou lhe explicarem que se colocar a mão no fogão quente se vai queimar, ela fica a saber por lógica (o que não invalida que queira experimentar)”.

    É esse processo humano que a IA atual não tem e, havendo a junção entre as redes neuronais atuais com o processo lógico de regras, “vamos ter IA com o raciocínio e perceção que tem faltado”.

    Tudo isto será fulcral para os sistemas conversacionais, que atualmente “ainda não percebem a conversa”, são apenas treinados para mapear o que dizemos com correspondências em bases de dados enormes. Esta descoberta já está a alimentar o projeto Debater, da IBM, que permitiu criar um sistema que consegue discutir com humanos fora da zona de conforto da IA atual, que é em sistemas de jogos com regras definidas. “A subjetividade de um debate é assim o palco perfeito.

    O Debater vai começar a dar ao Watson a análise ao sentimento com que as coisas são ditas, para determinar logo a intenção das frases e isso começa com resumos de informação para tirar o sumo do que é mais importante e demonstra raciocínio. Em teste está um sistema que resume milhares de comentários (e suas intenções) para a Bloomberg e para a cidade de Lugano, na Suíça. “Tanto as empresas como os governos querem perceber o que as pessoas querem e estes sistemas de resumo conseguem fazer isso como nunca se fez”, diz – o Facebook estará a testar uma solução semelhante para resumir notícias, soube-se esta semana. Esta tecnologia pode trazer ganhos em muitas áreas, do chatbot do banco à assistente digital, mas também criar novos serviços, nunca antes vistos.

    Já sobre ser mulher na tecnologia, Aya Stoffer admite melhorias nos últimos anos, mas sugere que em vez de quotas para lugares se criem quotas para entrevistas de emprego, “porque os currículos nem sempre ajudam as mulheres a mostrarem porque são indicadas para um cargo na tecnologia”.

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    Zoom prepara-se para ser o novo rival da Google e da Microsoft

    Zoom
    Zoom

    De acordo com um relatório agora divulgado, a empresa está prestes a entrar na área do e-mail e do calendário (onde a Google a Microsoft dominam).

    Depois de ganhar uma expressão massiva em 2020, a plataforma de videoconferência Zoom está agora com intenções de se expandir, nomeadamente em áreas chave que a podem tornar uma concorrente direta das gigantes Google e Microsoft.

    A tirar proveito do crescimento sem precedentes que registou durante a pandemia, a empresa está a trabalhar em novos serviços e tudo indica que a primeira aposta se direciona para um serviço de e-mail e calendários.

    Com a Microsoft a reunir um conjunto de ferramentas no Office 365 e a Google no seu GSuite ou Workspace, o trajeto parece óbvio para a plataforma Zoom que pretende também juntar também algumas funcionalidades imprescindíveis nos dias de hoje.

    No entanto, os e-mails e os calendários parecem ser apenas parte da estratégia de expansão da empresa e, os anúncios de emprego que estão ativos mencionam a integração de serviços como a Asana e a Dropbox – aplicações-chave para o teletrabalho.

    Também na tecnologia já existente, a plataforma tem vindo a melhorar e criou uma nova versão do seu programa para Macs, concebido para os novos computadores da Apple com o chip M1, que deverá utilizar uma menor percentagem de bateria.

    Com a crescente concorrência, e a clara necessidade destas plataformas no futuro, tem-se vindo a assistir a uma expansão da Zoom, que ganhou milhões de novos clientes em 2020 e subiu 423% em valor de mercado em apenas um ano. Espera-se que da nova estratégia da Zoom possa fazer parte a aquisição de outras empresas ou até mesmo ser adquirida por um dos gigantes tecnológicos.

    Recorde-se que a Salesforce adquiriu a Slack, outra plataforma colaborativa que se tornou ainda mais importante durante a pandemia (embora sem o sucesso da Zoom). A grande entrave à Salesforce comprar a Zoom a expandir a rivalidade com a Microsoft e com o serviço Teams nesta altura parece mesmo ser o preço.

    Califórnia concede primeira licença comercial para entregas com veículos-robô

    Califórnia concede a sua primeira licença para o primeiro serviço comercial de entregas com veículos autónomos à startup Nuro.

    Chama-se Nuro e é a startup que obteve a primeira licença da Califórnia para uso de veículos autónomos para operar um serviço de entregas comercial, indica a imprensa local. A empresa já tinha conseguido licenças do estado que lhe permitiam testar veículos autónomos e utilizar as vias públicas para esses testes, mas a aprovação do Departamento de Veículos Motorizados (DMV) permite agora que já possa operar de forma livre e cobrar pelos serviços que são fornecidos por veículos robôs.

    A Nuro anunciou já que quer lançar serviços limitados a certas zonas da Califórnia no início do próximo ano, usando para isso veículos autónomos Toyota Prius antes de fazer a transição para seus robôs de entrega R2, construídos de propósito para fazerem entregas.

    A licença agora emitida para exploração comercial de veículos autónomos – a primeira emitida pela Califórnia – cobre áreas limitadas dos condados de San Mateo e Santa Clara.

    Entregas automatizadas, o presente em 2021

    A Nuro foi fundada em 2016 pelos antigos colaboradores da Google Dave Ferguson e Jiajun Zhu. O objetivo já para o início de 2021 é oferecer os seus serviços comerciais num dos condados da Califórnia, entregando ofertas de um parceiro que não foi ainda anunciado.

    “A emissão da primeira licença é um marco significativo na evolução dos veículos autónomos na Califórnia”, explicou em comunicado o diretor do DMV da Califórnia, Steve Gordon. Com sede em Mountain View, no condado de Santa Clara, Califórnia, tudo indica que essa será a primeira cidade a ter o serviço.

    A licença permite que a Nuro use ruas sempre à superfície e que os seus veícuclos operem a velocidades até aos 57 km/h em áreas que incluem as cidades de Atherton, East Palo Alto, Los Altos Hills, Los Altos, Menlo Park, Mountain View, Palo Alto, Sunnyvale e Woodside.

    Veículo robô sem volante

    A Nuro testou inicialmente sua tecnologia autónoma com Toyota Prius modificados em testes de entrega no Arizona e no Texas antes de lançar o seu veículo-robô, o R1, em dezembro de 2018. O R2 de segunda geração chegou em fevereiro deste ano.

    Construído nos EUA, o R2 tem um LiDAR (sistema frequente nos veículos autónomos, que só a Tesla parece não usar), radar e várias câmaras e não tem volante, pedais ou espelhos retrovisores laterais já que foi construído de propósito para ser autónomo.

    O R2 é um pouco mais pequeno que um citadino comum, tem dois compartimentos com temperatura controlada que são acedidos através de portas que se levantam quando o cliente digita um código. Para já tem 40 km/h de velocidade máxima e pode levar 190 kg de carga (não leva pessoas).

    Nos testes em Houston, no Texas, o R2 entregou pizzas da Domino’s, mantimentos da rede Kroger e produtos do Walmart.

    Até agora a Califórnia emitiu apenas cinco licenças para testes de veículos sem condutor em vias públicas para a AutoX, Cruise, Nuro, Waymo (da Google) e Zoox. O Waymo do Google começou já a operar um serviço comercial de táxi sem condutor nos subúrbios de Phoenix, no Arizona, em outubro. O Grupo Alibana está a testar um serviço semelhante em Xangai.

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