Pedro Veiga: “demissão não se deveu a motivos pessoais”

Pedro Veiga
Pedro Veiga, fotografado na redação do Diário de Notícias, em junho de 2018. (Leonardo Negrão / Global Imagens)

Pedro Veiga foi ouvido no Parlamento, relativamente às razões que o levaram a apresentar a demissão do cargo de Coordenador do Centro de Cibersegurança, em maio. A audição foi feita na sequência de um requerimento do CDS-PP.

“A demissão não se deveu a motivos pessoais”, começou por esclarecer o professor universitário Pedro Veiga, em resposta aos pedidos de clarificação evocados pela deputada do CDS Vânia Dias da Silva.

“Foi uma demissão que nos apanhou a todos de surpresa, principalmente pelo dia”, referiu Vânia Dias da Silva. A demissão de Pedro Veiga foi tornada pública em maio, na altura de realização do primeiro exercício de cibersegurança nacional.

Na altura, foi referido que a demissão de Pedro Veiga estaria ligada a motivos pessoais, algo que o professor universitário desmente: “a demissão não se deveu a motivos pessoais, há três tipos de razões para a demissão, feita à Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa no dia 1 de janeiro de 2018”.

“O centro tem poucos recursos”, explicou Pedro Veiga, algo que já tinha, aliás, referido, em entrevista ao Diário de Notícias, em junho deste ano.

“O CNCS não tem estrutura de pessoal permanente. Os cargos são todos de nomeação, o que não dá perspectiva de carreira e dificulta a criação de ambiente estável”, referiu Veiga durante a audição. Além disso, Pedro Veiga assumiu-se também “chocado por haver nomeações de familiares dentro da estrutura do CNCS”.

“Os [colaboradores] que eram bons já se foram embora. Não ter lugares de quadro, ser só por nomeação é uma falha gravíssima”, afirmou durante a audição. Os cargos do CNCS são feitos com uma duração específica, que pode variar entre um e três anos.

Outra das questões que, na altura da demissão, também foi abordada foi a falta de ação para a implementação de sensores nos vários ministérios.

“Os sensores têm algum papel, mas o problema da cibersegurança é mais vasto. Há um ministério de relevo onde os problemas de segurança se devem a desmazelo: troca de pens de um lado para o outro, responder a emails sensíveis em ciber-cafés ou redes públicas…”, clarificou Pedro Veiga.

Durante a audição, o BE falou de “uma sobreposição nefasta entre cibersegurança e ciberdefesa”. Para o PS, representado pelo deputado Filipe Neto Brandão, o pedido de audição requerido pelo CDS-PP tratou-se de um “ato falhado”, referindo que Pedro Veiga já havia feito as suas visões públicas, nomeadamente no Facebook.

Em resposta, Vânia Dias da Silva, deputada do CDS, respondeu que “ato falhado é a falta de atenção que o governo e o PS dão à cibersegurança”.

Pedro Veiga assumiu o cargo de Coordenador do Centro de Cibersegurança em 2016; a demissão do cargo tornou-se pública em maio deste ano, na mesma altura do primeiro exercício nacional de cibersegurança, que teve como intuito fazer um simulacro de ataque cibernético que permitisse avaliar o grau de preparação e a maturidade das várias entidades para lidar com incidentes de grande dimensão.

O CNCS funciona no âmbito do Gabinete Nacional de Segurança (GNS) e está sob a tutela do Ministério da Presidência e da Modernização Administrativa. Atualmente, o cargo de Coordenador do CNCS é ocupado por Lino Santos.

Facebook regressa às compras com aquisição de startup de IA

Facebook
REUTERS/Eric Gaillard

O Facebook anunciou a compra da startup londrina Bloomsbury AI, que trabalha no campo do processamento natural de linguagem.

A confirmação chegou através de uma publicação na página Facebook Academics, alguns dias depois de ter sido avançada por vários meios especializados. Como justificação para a compra, o Facebook refere que a “competência da Bloomsbury vai ajudar os esforços do Facebook no campo na investigação de processamento de linguagem natural, que permitirá ajudar a entender este tipo de linguagem e as suas aplicações”.

Não é segredo que o Facebook tem vindo a apostar em inteligência artificial para conseguir dotar o seu algoritmo de outras funcionalidades. Algumas delas, não tão visíveis ao utilizador comum. Quando foi ouvido no Parlamento Europeu, em maio deste ano, Mark Zuckerberg, o fundador e CEO da rede social, referia inclusive que estariam a utilizar inteligência artificial para detetar contas falsas e publicações abusivas, que pudessem estar a ser usadas para disseminar propaganda política num ano onde há várias eleições importantes, em vários pontos do globo.

Leia também: Facebook revela que 61 empresas tiveram acesso a dados dos utilizadores

A questão é que não é fácil para um computador ou perceber as nuances da linguagem natural e apreender conceitos complexos utilizados no discurso. Ao longo dos tempos, o Facebook já deixou bem claro que quer utilizar a IA para compreender imagens, textos ou vídeos, para conseguir moderar todas as suas redes sociais. Vale a pena recordar que a esfera de influência do Facebook já se estende até ao Instagram, que já alcança mil milhões de utilizadores. 

Não foi especificado o valor envolvido no negócio, mas várias fontes referem montantes entre os 23 e os 30 milhões de dólares, num negócio que compreenderá também uma componente de ações do Facebook.

Em Londres, onde o Facebook também faz investigação para os seus produtos, a Bloomsbury AI é vista como uma startup madura, muito devido à quantidade de investigadores na sua equipa. As investigações da empresa pretendem retirar significado de documentos não estruturados, através de processamento de linguagem natural.

Ao longo dos anos, a Bloomsbury AI tem conseguido investimento de organizações como a Fly.VC, Seedcamp, IQ Capital ou UCL Technology Fund.

Vodafone agora também vende localizadores, câmaras e outros equipamentos IoT

V by Vodafone | Vodafone IoT

É a nova aposta do operador de telecomunicações: vender produtos de Internet das Coisas (IoT na sigla em inglês). Nova marca chama-se V by Vodafone.

O smartphone continua a ser o principal gadget na vida dos utilizadores, mas as pessoas também estão interessadas noutros equipamentos inteligentes. A pensar nesta tendência de mercado, a Vodafone Portugal lançou esta quarta-feira uma nova linha de produtos focada na Internet das Coisas – são localizadores, câmaras e um módulo para carros.

A linha de produtos chama-se V by Vodafone e é composta, para já, por quatro equipamentos: V-Bag, um localizador para mochilas e malas (59,90€); V-Pet, um localizador para animais (49,90€); V-Cam, uma câmara que está conectada à internet e pode ser controlada pelo smartphone (379,90€); e V-Auto, um módulo que é compatível com todos os carros vendidos na UE a partir de 2003 e que ajuda a localizar o veículo e liga automaticamente para um call center em caso de acidente (79,90€).

“Esta gama que estamos a lançar é um conjunto de equipamentos inteligentes que permite ligar as pessoas àquilo que mais lhes interessa”, disse Luís Pedro Cardoso, responsável de serviços e produtos da Vodafone Portugal, durante a apresentação da nova aposta da empresa.

Os responsáveis da Vodafone esperam lançar mais produtos no mês de outubro e que deverão ser mais focados no IoT a pensar para uma utilização dentro de casa.

“A tecnologia estava relativamente madura na parte das aplicações móveis, arrancamos primeiro com essa área. Achámos que devíamos esperar por um standard para equipamentos da casa. Em outubro teremos novidades nessa área e o processo de integração dos diferentes equipamentos em casa vai ser muito simples”, adiantou Emanuel Sousa, diretor da unidade de negócios particulares da operadora.

Um elemento importante: cada um dos equipamentos tem uma mensalidade associada. Os gadgets precisam de ter um cartão SIM integrado e é o consumo deste cartão que o utilizador vai pagar. Por agora existem três preços: 3 euros para equipamentos com sensores; 4,5 euros para equipamentos de localização e posicionamento; e 6 euros para equipamentos de vídeo e imagem. Os valores serão taxados na conta Vodafone do cliente.

Em Portugal já existem um milhão de equipamentos IoT conectados. Em 2023 vão ser dez milhões, segundo dados da Vodafone Portugal

Para o caso do utilizador já ter algum destes produtos – ou outros que sejam compatíveis com cartões SIM -, será possível comprar apenas o cartão SIM (9,90€) e acionar as subscrições. A ativação e desativação destes cartões SIM pensados especificamente para dispositivos IoT é depois feita através de uma aplicação móvel, também chamada de V by Vodafone.

Dos quatro gadgets que a Vodafone agora comercializa, só um é que é produzido pela própria empresa, o V-Auto. Todos os outros são soluções de outras empresas que a operadora testou e escolheu por “considerar ser o melhor produto do mercado”, explicou Emanuel Sousa.

Quando questionado sobre expectativas de venda para esta nova gama de produtos, o executivo disse que é uma “área com grande imprevisibilidade”. “Sabemos que vai crescer, não sabemos é quando. Estamos a apostar forte. Não temos previsões, não estamos atrás de um número em concreto”, referiu.

Amazon vai expandir cadeia de lojas sem caixas registadoras

Amazon Go

A gigante da Internet prepara-se para ter mais uma loja do conceito Amazon Go – as lojas físicas em que não há caixas registadoras para fazer o processo de pagamento.

A notícia é avançada pelo site GeekWire, que refere que Seattle passará a contar com duas lojas Amazon Go. A primeira “loja do futuro” da Amazon foi inaugurada no início deste ano, também na cidade onde fica o quartel-general da empresa.

Por enquanto, esta não será a única loja do género nos planos de Jeff Bezos, o líder da empresa. Fala-se também numa preparação para abertura destas lojas em Chicago e também em São Francisco.

De acordo com as fontes citadas, esta segundo loja da Amazon Go contará com quase o dobro do tamanho da primeira loja. Enquanto a localização original ronda os 167 metros quadrados, esta terá cerca de 278 metros quadrados.

A ideia das lojas Amazon Go é uma experiência nova no mundo do retalho: nas ideias da Amazon, o facto de não haver caixas registadoras acaba com aquele que é um dos momentos desagradáveis de ir às compras – as filas de espera.

Para fazer compras na loja da Amazon Go, o cliente faz um scan ao smartphone à entrada, o que ativa a conta da Amazon. Através de sensores e de câmaras , é possível fazer automaticamente o registo daquilo que os clientes estão a comprar.

No final, é só sair da loja e a conta é automaticamente descontada do método de pagamento associado à conta da Amazon, sem filas ou sem caixas registadoras.

Ainda assim, no dia de inauguração da loja em Seattle, o conceito da Amazon foi defraudado, muito devido à curiosidade do público: foram várias as queixas de filas para entrar na loja…

Conheça o robô inteligente ao estilo Star Wars que ajuda astronautas

Chama-se CIMON e parece primo do R2D2, do BB8 e de outro robô (que mostramos de seguida em fotogaleria) de Star Wars. É o novo tripulante que ‘levita’ da estação espacial internacional.

O cinema já retratou robôs de toda a espécie e feitio. Alguns dos mais populares são, naturalmente, da saga Star Wars – desde 1977 a apaixonar gerações do planeta Terra. Antes disso, já tínhamos ficado assustados com Hal 9000, o assistente inteligente e maquiavélico do clássico de Stanley Kubrick, que estreou em 1968 mas se manteve como referência da ficção científica nas décadas seguintes.

Neste contexto, são cada vez mais as situações em que NASA e companhia imitam a ficção (científica) – há vários exemplos do início deste ano. O exemplo mais recente foi a semana passada, a 29 de junho, com o lançamento do foguetão Falcon 9, da SpaceX. Dentro da missão que vai levar 2700 kg de mantimentos com água, comida, haverá novas experiências para serem postas à prova no espaço e um robô com capacidade de inteligência artificial. O objetivo? Ser uma companhia e ajuda logística, científica e… emocional. A vida no espaço pode tornar-se solitária.

O pequeno e voador CIMON – Crew Interactive Mobile Companion -, tem semelhanças com robôs que já apareceram em Star Wars – na fotogaleria esclarecemos quais. Chega a parecer uma bola de voleibol – não confundir com a bola Wilson, ‘amiga’ de Tom Hanks no filme Naufrágo, também ela uma ajuda emocional a alguém numa ilha deserta – e tem um ecrã de um dos lados com uma cara animada.

Já foi mesmo comparado a uma Alexa espacial (referência à voz da coluna inteligente da Amazon). A missão do CIMON, que não tem grande escolha a não ser cumprir as diretivas da sua programação, será interagir com os humanos na estação ISS, ir ter com eles e ajudá-los.

Para voar pela nave, CIMON vem equipado com 14 ventoinhas que fazem ‘levitar’ ou flutuar a pequena bola branca e está programado para vir ter com os astronautas que o chamem e responder a questões. O CIMON tem câmaras como olhos, microfones como ouvidos (para captar o que lhe é pedido) e um altifalante como boca. Não lhe faltam sensores ultrasónicos que lhe permitem, em conjunto com as ventoinhas, voar por toda a cabine de forma autónoma.

Além de poder responder em linguagem humana e questões (ou frases) humanas, ao gravar o que é dito e analizar as interações (sim, será tudo gravado) pode também aprender e melhorar as respostas. Isso irá permitir além de ser melhor a socializar, a ajudar em experiências científicas, podendo dar imagens e vídeos aos astronautas sobre como fazer determinado teste. O robô voador que é uma espécie de assistente de inteligência artificial ambulante tem autonomia de voo de três horas. Depois precisa de carregar as baterias.

Quem são os criadores de CIMON?

Foram os engenheiros da europeia Airbus em conjunto com a IBM que desenvolveram o robô, inicialmente a pensar na agência espacial alemã (os criadores do robô falam dele aqui). Foram feitos testes em aviões em ambientes de ausência de gravidade para garantir que tudo corre como previsto na estação espacial e CIMON encontrará por lá alguém que já o conhece bem, o astronauta alemão Alexander Gerst.

A tecnologia sobre os recursos de inteligência artificial controlados por voz do robô foi fornecida pela IBM através do famoso Watson, que tem sido usado para sistemas bancários automatizados, anúncios personalizados e na saúde.

Disney e Cisco vão unir esforços para criar o entretenimento do futuro

Walt Disney Studios

A Disney e a Cisco anunciaram a parceria que vai resultar na criação de um novo laboratório tecnológico, para criar novas experiências de entretenimento multimédia.

Vai chamar-se StudioLAB e ficará localizado em Burbank, na Califórnia, dentro dos The Walt Disney Studios Lot. É nesse novo laboratório que a Cisco vai assegurar a infraestrutura tecnológica, através de soluções de hardware, software e outros serviços tecnológicos, que incluem também as redes, o armazenamento e as capacidades de colaboração.

Nos primeiros tempos, este laboratório tecnológico virado para o entretenimento vai centrar-se na melhoria da colaboração remota entre os criativos e os diretores do estúdio. Com o passar dos anos, os filmes da Disney foram ficando cada vez mais complexos e com muito CGI à mistura (imagens geradas por computador, na sigla em inglês). Para isso, é necessário poder de processamento e as capacidades para colaboração também se tornaram mais exigentes.

A Cisco vai assegurar também a questão da conectividade e respetiva segurança para os produtores de cinema e do estúdio. As fugas de informação também têm vindo a tornar-se uma preocupação para os estúdios, nos últimos anos.

No ano passado, o canal de televisão HBO foi exemplo dessa preocupação, ao ser alvo de um ataque informático. O intuito? Ter acesso antecipado a episódios da série de televisão Game of Thrones, que acabaram mesmo por chegar à Internet antes de serem exibidas pela HBO.

No caso da parceria entre a Disney e a Cisco, a tecnológica vai também assegurar “a chegada dos ativos de produção do estúdio e outras informações de forma segura à Cloud”, explica a Cisco, em comunicado.

“O nosso objetivo é inovar em cojunto e aplicar tecnologias emergentes para promover as nossas capacidades de produção e ajudar a criar novas experiências de entretenimento”, Benjamin Havey, Vice-Presidente da Divisão de Inovação Tecnológica no The Walt Disney Studios.

O responsável acrescenta também que esta parceria funciona como uma combinação do “melhor de Silicon Valley e de Hollywood para ajudar os nossos narradores a contarem as suas melhores histórias. Através desta colaboração, podemos expandir os limites da forma como se pode criar e consumir conteúdo.”

O The Walt Disney Studios produz as longas-metragens da Disney, que atualmente assegura o portfólio da Walt Disney Animation Studios, da Pixar Animation Studios, Marvel Studios e ainda da Lucasfilm, a responsável pelo universo de Star Wars.

O The Walt Disney Studios assegura também a distribuição de música e produções do grupo.

Spotify lança a versão Lite da aplicação

O Spotify lançou a versão Lite da sua app (em fase de testes em Android e, para já, só no Brasil), com o objetivo de ocupar menos espaço, tal como as versões “light” do Facebook, Facebook Messenger e do Instagram.

De acordo com o The Verge, o Spotify Lite, ocupa 15 MB ao contrário da versão original que utiliza 100 MB da memória do seu telemóvel. Apesar de haver muitas semelhanças com o Spotify normal, deixaram de existir algumas funcionalidades, como por exemplo: uuvir música offline, escutar canções com mais qualidade (até 320 kbit/s) e selecionar as músicas que pretende ouvir mesmo se for um Premium Subscriber.

O chamado Spotify Conect também não está disponível, o que faz com que não possa ligar a sua app há TV ou às colunas de som através da versão Lite. Também foram retirados alguns atalhos para ocupar ainda menos memória.

O Spotify Lite já está disponível mas apenas em versão teste. A Google pede aos utilizadores para deixarem o seu feedback e comentarem o que mais gostam e o que menos gostam em relação à versão mais ‘magra’ da app. Para já a versão de teste só está disponível no Brasil, e para o sistema operativo Android.

 

Facebook revela que 61 empresas tiveram acesso a dados dos utilizadores

Facebook
Imagem: Tim Bennett on Unsplash

Em abril deste ano, Mark Zuckerberg foi ouvido no Congresso norte-americano, a propósito do escândalo de privacidade da Cambridge Analytica. Agora, o Facebook enviou mais informação aos congressistas e revela que há mais empresas que tiveram acesso aos dados dos utilizadores.

No conjunto de respostas enviadas para Washington, é referido que a rede social deu um acesso especial aos dados a 61 empresas, várias delas de grandes dimensões. Entre as 61 companhias, o Facebook menciona a Nike, Spotify, Snap, Nissan ou a UPS, por exemplo.

Em 2014, o Facebook indicou que iria apertar o cerco às entidades externas que tinham acesso aos dados dos utilizadores da rede social. A grande questão aqui, agora revelada nos esclarecimentos enviados, é que estas 61 empresas ficaram de fora deste “apertar” de regras.

Além disso, 60 destas empresas terão recebido até uma extensão de prazo de seis meses, após a instituição das regras mais restritivas no acesso aos dados dos utilizadores.

Numa publicação feita na sala de imprensa online do Facebook, assinada por Ime Archibong, o vice-presidente de product partnerships da rede social, é explicado que estão novamente a fazer alterações às políticas de API (interface de programação de aplicação, na sigla em inglês). Entre as mudanças, há ainda menção a um “olhar para a informação acessível às aplicações quando se faz a ligação com o Facebook”, na tentativa de proteger a informação dos utilizadores.

Em março deste ano, o Facebook foi acusado de não ter protegido os mais de 50 milhões de utilizadores cujos dados pessoais foram recolhidos sem consentimento. Estes dados, agregados pela empresa Cambridge Analytica, terão sido depois vendidos e usados para influenciar milhões de eleitores nas eleições presidenciais norte-americanas, em 2016.

Depois disto, a Cambridge Analytica já encerrou os seus escritórios e declarou falência. Além de prestar esclarecimento ao Congresso norte-americano, Zuckerberg também já foi ouvido no Parlamento Europeu, em maio.

Nessa ocasião, o fundador do Facebook foi evasivo nas respostas às várias questões feitas, mas fez um pedido de desculpas: “Em 2016 fomos demasiado lentos a identificar a intervenção russa”, referiu, sobre a alegada intervenção russa nas eleições norte-americanas de 2016, nos Estados Unidos.

Programadores de aplicações terão acesso a emails do Gmail

Gmail

 Segundo o The Wall Street Journal, os programadores de aplicações externas ao Gmail podem ter acesso a milhões de emails dos utilizadores do serviço da Google.

As definições de acesso do Gmail permitem que empresas e programadores de aplicações possam ver os emails – e isto inclui endereços, horas de envio e também as mensagens em si. Embora seja necessário pedir o consentimento dos utilizadores, para conseguir ter acesso ao Gmail em si, não é explícito que vão ser humanos a ter acesso à informação.

As caixas de pedidos de permissão para aplicações já se tornaram habituais – e normalmente não recebem a merecida atenção. Normalmente, pode entrar através da sua conta Google – e consequentemente do Gmail – em vários serviços.

Ainda segundo o WSJ, outros serviços de email também funcionam nesta lógica de ceder acessos a aplicações externas. Portanto, o problema pode não ser um exclusivo da Google.

Não há, ainda assim, informação sobre se a informação a que os programadores de terceiros têm acesso está a ser usada de forma indevida ou não.

Depois de no início do ano se ter falado tanto sobre o escândalo de privacidade do Facebook e da Cambridge Analytica, este caso reforça a ideia de que as permissões das aplicações devem ser levadas a sério – principalmente se usar algum tipo de gestor de email para organizar o correio eletrónico.

Vale a pena recordar que, através da conta Google, é possível revogar e gerir o acesso que é dado a algumas aplicações ou serviços.

Facebook diz adeus a trio de aplicações que comprou

Facebook tbh
Na imagem, a aplicação tbh, na altura do anúncio de compra por parte do Facebook.

O Facebook anunciou que vai encerrar as aplicações Moves, Hello e tbh. Em causa está a falta de utilização por parte dos utilizadores.

O Facebook é conhecido por comprar outras empresas – veja-se o exemplo do WhatsApp ou do Instagram. Nos últimos anos, a rede social de Mark Zuckerberg adquiriu três aplicações que, devido à sua falta de audiência ou sucesso junto do público, vai agora encerrar.

A rede social refere que irá eliminar os dados que os utilizadores deixaram neste trio de aplicações dentro de 90 dias.

A compra mais recente foi a da tbh, uma startup que criou uma aplicação anónima, virada para um público adolescente. Na altura da compra, nunca chegaram a ser oficializados valores, mas fontes como o TechCrunch referiam valores na ordem dos 100 milhões de dólares. A tbh permitia fazer elogios anónimos e responder a questões de escolha múltipla como “quem é o mais honesto”. A aposta era clara: os adolescentes que frequentam os liceus dos Estados Unidos, que podiam assim dar elogios a outros colegas, de uma forma anónima.

Em outubro de 2017, o Facebook justificava a compra como uma “aposta em positividade” e também no número de downloads – a tbh tinha conseguido cinco milhões de downloads e 2,5 milhões de utilizadores diários, em nove semanas. Mas a verdade é que isso foi sol de pouca dura – apesar dos esforços de dar mais funcionalidades à aplicação, a chama da tbh extinguiu-se.

A Moves, lançada em 2013 e comprada pelo Facebook em 2014, é uma aplicação para recolha de dados ligados a atividade física. Embora ao início ainda tenha tido algum destaque no Facebook, ao ser integrada diretamente na barra lateral, as funcionalidades da Moves nunca chegaram a ter grande sucesso junto dos utilizadores.

O mesmo aconteceu com a Hello, que permitia fundir os detalhes dos contactos do Facebook com as informações que tinha no Android. A aplicação era especificamente virada para os mercados brasileiro, americano e nigeriano. Lançada em 2015, também teve um curto tempo de vida.

Através de uma publicação intitulada ‘Hello. tbh, We’re Moving On‘, o Facebook refere que faz uma “avaliação das aplicações para perceber quais é que são as mais valorizadas pelo público”. A rede social acrescenta também que prefere redirecionar recursos e que “apenas por tentativa erro é que se consegue criar uma boa experiência social para as pessoas”.

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