Tecnológica portuguesa Blip vai contratar mais 70 pessoas

Escritório da Blip fica no centro do Porto. (Arquivo/ Global Imagens)

A Blip começa 2021 com 70 vagas em aberto, para perfis nas áreas de desenvolvimento, qualidade, produto e gestão de projeto, management e design.

tecnológica portuguesa Blip, que desenvolve software para o conglomerado de marcas de apostas online Flutter Entertainment, arranca o ano com 70 vagas em aberto.

A empresa tem disponíveis vagas para as áreas de desenvolvimento, qualidade, produto e gestão de projeto e ainda para management e design.

A Blip, que nasceu no Porto, afirma que superou as expectativas de contratação no ano passado. No fim de 2020, o número de colaboradores passou a ser de 375 pessoas.

“A Blip está consciente das metas definidas e do plano de ação necessário para as atingir. Mas acreditamos que, acima de tudo, devemos valorizar o bem-estar das pessoas. Proporcionar experiências significativas e impactantes em todo o ciclo de vida de um candidato/colaborador é a missão da equipa de Recursos Humanos da Blip”, afirma Gisela Oliveira, talent acquisition manager da Blip.

As vagas estão disponíveis no site da empresa, com candidaturas em aberto para posições como Product Owner, Associate Backend Developer, Backend Developer, Business Analyst, entre outras.

 

Cloud impulsiona resultados da Microsoft. Receitas sobem 17% para 43 mil milhões de dólares

Microsoft, Windows 7
(Patrícia de Melo/AFP)

A tecnológica apresentou resultados trimestrais na noite desta terça-feira. A operação de cloud e produtividade alavancou o negócio na Microsoft entre outubro e dezembro, mas a unidade da Xbox também esteve em alta no trimestre.

A Microsoft apresentou resultados para o segundo trimestre do ano fiscal, que terminou a 31 de dezembro. Durante esse período, o desempenho da tecnológica foi alavancado pela unidade de cloud e produtividade.

No total do trimestre, a Microsoft viu as receitas subir 17% em termos homólogos, para 43,1 mil milhões (35,6 mil milhões de euros). Já o lucro aumentou 33% para os 15,5 mil milhões de dólares (12,79 mil milhões de euros).

Na área de Intelligent Cloud, onde está incluído o negócio Azure, as receitas subiram 23% para um montante de 14,6 mil milhões de dólares. A unidade Azure esteve em destaque no trimestre, com uma subida nas receitas de 50%.

Já na área de produtividade e processos de negócio, as receitas aumentaram 13% para um montante de 13,4 mil milhões de dólares. Neste campo, a maior subida trimestral foi registada pela área Dynamics 365 (subida de 39%), seguida pelas receitas da rede social profissional LinkedIn, que subiram 23%. No caso dos produtos Office (serviço que disponibiliza programas como Word ou Excel), as receitas deste tipo de produtos subiu 11% para o Office Comercial e 7% para o Office Consumer. O número de subscritores destas licenças Microsoft 365 Consumer aumentou, situando-se nos 47,5 milhões.

Ao longo dos últimos meses, coincidentes com o teletrabalho, a Microsoft tem visto os resultados superar as expectativas dos analistas, muito devido ao aumento da procura por serviços cloud e também de plataformas de colaboração, como é caso da Teams.

Xbox em alta

Na unidade de computação pessoal, a Microsoft registou um aumento de 14% nas receitas, que totalizaram 15,1 mil milhões de dólares no trimestre.

Os conteúdos da Xbox e serviços estiveram em destaque, com uma subida de 40% no trimestre. Vale a pena recordar que estes resultados são relativos ao trimestre em que a Microsoft fez chegar ao mercado novas consolas Xbox. De acordo com os dados disponibilizados pela empresa, o serviço de subscrição Xbox Game Pass conta agora com 18 milhões de subscritores, um aumento de mais três milhões de subscritores, face aos números revelados em setembro.

Mais modesta foi a subida das receitas nas unidades de produtos Surface ou na área de publicidade ligada à pesquisa, com subidas de 3% e 2%, respetivamente.

Mais resultados a caminho

Ao longo dos próximos dias são esperados mais resultados por parte das gigantes da tecnologia. Já no final da noite desta quarta-feira, a Apple prepara-se para apresentar resultados do primeiro trimestre do ano fiscal de 2021. O Facebook também apresenta resultados trimestrais esta quarta-feira, já ao final da noite.

Na próxima semana, no dia 2 de fevereiro, serão conhecidos também resultados da gigante de comércio eletrónico Amazon e da Alphabet, a dona da Google.

Amazon Espanha traduz site para português

Sem presença em Portugal, a loja espanhola continua a ser a forma mais próxima de comprar na Amazon. Desde esta semana já é possível comprar numa página totalmente em português.

A partir de agora, já é possível navegar e comprar na Amazon Espanha com menus em português europeu. Sem uma loja portuguesa, a Amazon espanhola é a forma usada por muitos clientes para adquirir produtos na gigante de e-commerce.

A página traduzida para português está disponível desde esta semana. Ao entrar no site da Amazon Espanha, os clientes são recebidos por um banner que indica “Bem-vindo à Amazon em Português”, onde é possível ver monumentos portugueses, como a Torre de Belém, ou a Ponte 25 de Abril.

Toda a página está traduzida, desde os menus de cookies até às próprias descrições dos produtos. Também passa a estar em destaque o menu marcas portuguesas, onde são enumeradas empresas como a Ambar, Vista Alegre, Castelbel ou a Zippy, entre outras.

Também é feita a indicação de portes grátis para envios para Portugal em pedidos superiores a 29 euros ou para 19 euros, caso se trate de livros.

Amazon estará a preparar aquisição de startup de condução autónoma Zoox

BlaBlaCar e Ironhack lançam bolsas de estudo para formação na área tecnológica

DR

A BlaBlaCar, rede social para boleias partilhadas, e a Ironhack, escola focada na área tecnológica, vão disponibilizar 315 bolsas de estudo, num valor total de 490 mil euros. Estas bolsas estarão disponíveis para o mercado português e espanhol.

Em comunicado, é explicado que estas bolsas estarão disponíveis para os “mais de 6 milhões de utilizadores da plataforma de boleias” nos dois mercados. A formação será assegurada pela Ironhack em bootcamps tecnológicos como Web Development, UX/UI Design, Data Analytics ou Cybersecurity.

Os cursos podem ser feitos em regime de full-time (tempo inteiro), com a duração de nove semanas, ou em regime parcial, durante 24 semanas. É ainda possível escolher se os candidatos preferem frequentar presencialmente as aulas no Campus de Lisboa ou recorrer aos bootcamps remotos, através da Internet.

O programa inclui três tipos de bolsas distintas: uma que cobre 100% do valor de seis mil euros do curso presencial ou do valor de 7 500 euros do modelo remoto; uma modalidade que cobre 50% do valor do curso ou ainda uma terceira opção, com uma bolsa parcial de 20%. Metade do valor das bolsas será atribuído em Portugal e a restante metade em Espanha, indica a Ironhack.

As inscrições estão disponíveis para os utilizadores da BlaBlaCar até ao dia 8 de fevereiro. Findo o prazo de candidaturas, será feita uma avaliação dos candidatos, tendo em conta uma prova de conhecimento e uma entrevista.

“Consideramos que a parceria com a BlaBlaCar é uma enorme mais valia, sobretudo com a pandemia que estamos a viver. Através destas bolsas, queremos continuar a lutar para tornar o ensino em tecnologia mais acessível a todos, principalmente num momento em que tantas pessoas estão sem emprego devido aos efeitos da Covid-19”, indica Munique Martins, responsável pelo campus de Lisboa da Ironhack. “Em conjunto com a BlaBlaCar, vamos assim conseguir dar a mais pessoas a possibilidade de ganharem conhecimentos numa área que está em constante crescimento ou até de mudar de carreira, uma vez que os nossos alunos têm backgrounds em áreas muito diferentes.”

Já Florent Bannwarth, diretor de operações da BlaBlaCar em Espanha e Portugal, aponta que “este acordo proporciona tanto em Espanha como em Portugal uma grande oportunidade de construção de carreira para quem ficou desempregado ou está a pensar em mudar de rumo. Na verdade, graças à tecnologia e ao nosso algoritmo de smart stops, estamos a conectar cidades que se não fosse a plataforma não teriam conexão com outros pontos. Por isso, a formação em competências digitais é uma mais-valia que todos devemos perseguir, tanto empresas como colaboradores, para continuar a construir e a melhorar a sociedade de amanhã.”

Bootcamps. Outra porta para entrar no mundo da tecnologia

Vulnerabilidade no TikTok terá deixado expostos dados de utilizadores

TikTok
App TikTok. EPA/HAYOUNG JEON

A vulnerabilidade na aplicação de vídeos curtos foi detetada pela empresa de segurança Check Point. Em causa estaria uma fragilidade na funcionalidade “Encontrar Amigos”.

De acordo com a Check Point, os dados privados de utilizadores da aplicação TikTok estiveram expostos através de uma vulnerabilidade na ferramenta “Encontrar Amigos”, que permite aos utilizadores encontrar pessoas através da lista de contactos.

Segundo os investigadores da Check Point, a ByteDance, dona do TikTok, “disponibilizou, de imediato, uma atualização” para corrigir a situação.

Em janeiro, as condições de proteção de dados do TikTok já tinham sido questionadas pela Check Point, que notava que algumas questões de segurança permitiram a atacantes aceder a contas alheias, podendo descarregar vídeos ou mesmo torná-los públicos.

Desta vez, a vulnerabilidade indicada pela empresa foi encontrada na funcionalidade “Encontrar Amigos” que, se deixada por atualizar, possibilitaria o acesso indesejado a detalhes de um perfil e ao número de telefone associado ao mesmo. A empresa nota que este tipo de dados pessoais, quando agregados, “poderão ser importantes na construção de uma base de dados a utilizar para atividades maliciosas.” Entre os dados constavam ainda o nome de utilizador único, a alcunha, fotografias de perfil e algumas definições de conta que determinam se um utilizador segue ou não outras contas ou se o seu perfil é privado, detalham os investigadores.

“Desta vez, a nossa motivação primária foi explorar a privacidade do TikTok. Estávamos curiosos para saber se a plataforma do TikTok poderia ser utilizada para aceder a dados privados dos utilizadores”, explica Oded Vanunu, responsável da Check Point. “Foi-nos possível trespassar os múltiplos mecanismos de proteção do TikTok.”

“A vulnerabilidade poderia permitir a um atacante construir uma base de dados com detalhes sobre os utilizadores. Um agente malicioso com este grau de acesso a informações sensíveis pode levar a cabo uma série de atividades maliciosas, como o spear phishing ou outras”, alerta o mesmo responsável.

A Check Point aconselha os utilizadores da aplicação a “partilhar o mínimo, no que respeita a dados pessoais. Atualizem o vosso sistema operativo e todas as aplicações.”

A empresa frisa que a ByteDance disponibilizou uma atualização, que “foi prontamente disponibilizada aos programadores da aplicação, com vista a garantir que os seus utilizadores podem fazer uso da mesma de forma segura.”

A ByteDance sublinha que a “segurança e privacidade da comunidade TikTok é a maior prioridade”, prometendo que continua “a fortalecer as nossas defesas, através da constante melhoria das nossas capacidades internas, investindo em defesas automatizadas, e também por meio da colaboração com terceiros.”

Ataques informáticos diários quadruplicaram devido a pandemia

Trabalhadores da Google criam novo sindicato global

Google, Alphabet
EPA/WALLACE WOON

Depois de formarem um sindicato na América do Norte, os trabalhadores da Google criaram um sindicato mais alargado, que engloba trabalhadores da tecnológica de mais países.

Os trabalhadores da Google anunciaram esta segunda-feira a criação de um sindicato que abarque trabalhadores da gigante tecnológica de mais países, depois da criação de um sindicato nos EUA e Canadá, há algumas semanas.

De acordo com o The Verge, a Alpha Global representará trabalhadores da tecnológica em dez países, incluindo os Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda, Itália, Dinamarca, Finlândia, Suíça ou Alemanha.

Um dos objetivos passará pela criação de um tratamento mais igualitário entre os trabalhadores, especialmente para os moderadores de conteúdo em determinados países.

Esta união de trabalhadores é afiliada da UNI Global Union, uma federação laboral que representa 20 milhões de trabalhadores em 150 países, incluindo trabalhadores da Amazon. Ao longo dos últimos anos, as condições de trabalho dos funcionários da gigante de comércio eletrónico têm motivado contestação, algo que tem vindo a expandir-se durante a pandemia de Covid-19.

A UNI Global Union representa pelo menos três milhões de trabalhadores do setor das tecnologias de informação e comunicação (TIC).

Este anúncio é feito duas semanas depois do lançamento da Alphabet Workers Union, fundada com 230 trabalhadores. Mais tarde, a organização deu conta de que o número de trabalhadores associados já tinha passado para os 700 no espaço de uma semana após o lançamento.

Tal como aconteceu no comunicado do primeiro sindicato, mais virado para a América do Norte, também neste caso é pedido à Alphabet, a empresa-mãe da Google, que seja mais responsabilizada.

“A empresa é uma arquitecta do novo mundo do trabalho. É uma grande incubadora de inovações e, como líder tecnológica, é um laboratório para novos métodos de comunicações e trabalho. Infelizmente, a Alphabet também é uma criadora de desigualdade (…)”, nota o comunicado, acrescentando que, “a história recente mostra que os trabalhadores unidos podem vencer e fazer uma empresa melhor”.

“Os problemas da Alphabet – e criados pela Alphabet – não estão limitados a um único país devem ser abordados a nível global”, indica Christy Hoffman, secretária-geral da UNI. “O movimento lançado pelos trabalhadores da Google é para lá de inspirador. Eles estão a usar a sua força coletiva não só para transformar as suas condições de emprego mas também para abordar temas sociais causados pela crescente concentração de poder corporativo”, detalha o comunicado.

Wharfedale Evo 4.2: A arte de saber esperar

A história da Wharfedale é inseparável da história da alta fidelidade. À semelhança de muitas das suas congéneres britânicas teve o seu início de vida num anexo no meio da paisagem bucólica do Reino Unido. Gilbert Briggs, o fundador começa por fabricar o primeiro altifalante em 1932, numa pequena vila situada no vale do rio Wharfe – a região conhecida por Wharfedale haveria assim de emprestar o nome à marca de alta fidelidade. Em 1945, cria a primeira coluna de duas vias que define o modelo a seguir para o resto da indústria e, daí a cinco anos, organiza demonstrações de música ao vivo e reproduzidas através das suas colunas em parceria com o fabricante de amplificadores Quad no Reino Unido e nos EUA. De resto, as suas colunas continuam a ser premiadas até aos dias de hoje, o que é um indicador de que devem saber o que andam a fazer.

As Evo 4.2 são colunas altas (45,5 cm) e apesar de a marca as considerar “bookshelf” (de prateleira) não deverão existir muitas prateleiras onde seja possível colocá-las, sendo a escolha mais óbvia a sua colocação em suportes. O formato é curvo para evitar a ressonância interna, podem ser biamplificadas ou bicabladas e na frente dispõem de uma grelha magnética que revelou ser acusticamente transparente, não afetando a música quando estão a tocar. A tipologia é fora do vulgar, pelo menos na gama de preços em que se inserem. Das suas três vias, destacam-se a unidade de médios na forma de cúpula e o tweeter AMT (air motion transformer), semelhante a um tweeter de fita, mas com um funcionamento diferente: a área radiante é maior com uma massa total muito baixa que permite uma dispersão mais ampla e uma excelente resposta nas altas frequências.

Tradicionalmente, os fabricantes não optam por juntar este tipo de drivers porque a sua integração não é fácil de conseguir: a frequência do tweeter AMT não vai muito baixo (3.9kHz segundo a Wharfedale) e a cúpula de médios terá de começar nessa frequência para a integração ser impercetível, o que obriga ao desenvolvimento de um crossover mais complexo.

Outro aspeto interessante é que pela sua natureza, a unidade de médios de cúpula tende a projetar a gama média da música que está a ser reproduzida em direção ao ouvinte, especialmente as vozes. Por isso, são muito utilizados em estúdios de gravação, mas para ouvir em casa pode ser uma experiência cansativa. A porta de realce de graves está na base da caixa, e foi concebida para controlar o fluxo de ar para facilitar o posicionamento das colunas em relação às paredes. A solução do tweeter foi primeiro desenvolvida e implementada com sucesso na gama Elysian, as colunas de topo da marca, tendo depois descido para as mais acessíveis Evo.

As primeiras horas com as Evo 4.2 não foram memoráveis. A sua sonoridade mostrava-se incoerente e dispersa, levando a crer que a integração dos altifalantes não tinha sido afinal bem conseguida. Neste ponto é importante referir que as colunas que nos foram cedidas nunca tinham tocado. Foram retiradas imaculadas da caixa, logo não tinham beneficiado ainda do tradicional período de “queima”, muito comum para tirar o melhor partido dos componentes de alta fidelidade. O entusiasmo inicial transformou-se em dúvida quanto às excelentes críticas em relação a estas Wharfedale. A solução foi deixá-las a tocar durante algumas horas.

Só voltaríamos a uma audição crítica no dia seguinte e a diferença foi simplesmente abismal. A música fluía agora com uma coerência incrível, muito detalhada e com um amplo palco sonoro. Até o grave ganhou extensão e rapidez, acrescentando dinâmica às peças mais complexas de música clássica. O tweeter EMT desempenha o seu papel sem se dar por ele e não sendo por ventura tão contundente como noutras soluções, revela micro detalhes com extrema delicadeza. No entanto, como seria de esperar, a “estrela” destas colunas é a gama média. É frequente referir-se que a voz do artista é projetada na nossa frente quando o desempenho de determinadas colunas nesta

frequência é notável. No tema “Our Love Is Easy” do álbum “Live in Europe”, é a artista Melody Gardot que é projetada na nossa frente, como se de um holograma se tratasse. No entanto, as Evo 4.2 têm pouca tolerância para serem ouvidas fora do “sweetspot” ou o ponto ótimo no qual se obtém a “imagem” estereofónica perfeita. Por isso, a escolha dos suportes onde as colocar terá de ter em conta a sua altura pouco usual para monitoras de modo a que os ouvidos fiquem alinhados entre a unidade de médios e o tweeter.

Se procura um par de colunas em que o único trabalho que tenciona ter é ligá-las ao amplificador e começar logo a ouvir a sua música, as Wharfedale Evo 4.2 não se adequam. Mas se não se importar de ter algum trabalho com o seu posicionamento e esperar… de certeza que não se vai arrepender.

Preço: 829 Euros

Disponível em sarte-audio.com/producto/wharfedale-evo42

Google ameaça suspender o seu motor de pesquisa na Austrália

Google, Alphabet
(Robyn Beck / AFP)

A Google ameaçou hoje proibir os utilizadores australianos de utilizar o seu motor de pesquisa caso Camberra não alterar o seu plano de forçar o gigante da internet a pagar aos meios de comunicação pelo seu conteúdo.

“Se esta versão do código se tornasse lei, não nos deixaria outra alternativa real senão suspender o Google Search na Austrália”, disse o diretor geral do Google Austrália, Mel Silva, numa audiência perante uma comissão do Senado em Camberra, referindo-se ao “código de conduta vinculativo” que a Austrália quer impor ao grupo e ao Facebook.

A lei, uma das mais restritivas do mundo, prevê sanções de vários milhões de euros em caso de infração e visa o “feed de notícias” do Facebook e as pesquisas do Google.

Mel Silva disse que o “pior cenário possível” seria que o projeto de código fosse aprovado tal como está, acrescentando que o seu grupo seria forçado a suspender os seus serviços de busca na Austrália, se necessário.

“Se esta versão do código se tornar lei, não nos deixaria outra alternativa real senão suspender a Pesquisa Google na Austrália”, disse Silva.

Uma ameaça à qual o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, reagiu de forma curvilínea.

“A Austrália faz as regras sobre o que pode ser feito na Austrália. É o nosso Parlamento que decide isso”, disse ele.

“As pessoas que estão dispostas a trabalhar dentro deste quadro na Austrália são bem-vindas. Mas não nos curvamos perante ameaças”.

A iniciativa australiana está a ser acompanhada de perto em todo o mundo numa altura em que os meios de comunicação social estão a sofrer numa economia digital onde as receitas publicitárias estão a ser cada vez mais capturadas pelo Facebook, Google e outras grandes empresas tecnológicas.

A crise dos media foi exacerbada pelo colapso económico causado pelo coronavírus. Na Austrália, dezenas de jornais foram encerrados e centenas de jornalistas foram despedidos.

Google lança dois cursos online gratuitos para portugueses à procura de emprego

Alphabet, Google
A Google é uma das empresas da Alphabet. EPA/ALEKSANDAR PLAVEVSKI

A Google formou mais de 35 mil portugueses em 2020, através do Atelier Digital, anunciou a tecnológica, que lançou dois novos cursos ‘online’ gratuitos no mercado português para quem está à procura de trabalho.

Em setembro, a Google Portugal e o Governo assinaram um memorando de entendimento que visa a recuperação económica e a aceleração da transição digital, em que as competências digitais e empregabilidade são as principais áreas previstas no documento.

Entre os compromissos assumidos estava o objetivo de “treinar 32.000 portugueses em competências digitais , ou seja 10.000 mais do que em 2019”, de acordo com o comunicado da altura.

A Google anunciou hoje “que conseguiu alcançar esse número e, entre cursos ‘online’ e ‘webinars’ em parceria com o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, mais de 35.000 portugueses foram treinados em 2020”.

O memorando, que inclui também cursos como o Android Training Program, a pesquisa por empregos no buscador, entre outros, “reforçou o apoio da Google na transição digital de Portugal, com foco em competências digitais, empregabilidade, ‘startups’ e inteligência artificial, e estabelece uma série de programas para desenvolver uma rápida aceleração na adoção tecnológica atualmente em curso e que são prioridades do Governo português”, refere a tecnológica.

Leia também | Tem uma música presa na cabeça e não sabe o nome? Já pode trautear para o Google

A Google lançou “dois novos cursos ‘online’ grátis em Portugal: ‘Inicie um currículo’ e ‘Utilize a Google para obter um novo emprego'”, os quais foram “pensados para quem está à procura de trabalho, independentemente do posto de trabalho que pretende ocupar e respetiva formação”, refere.

No caso do primeiro curso, “os formandos poderão aprender a preencher melhor um currículo, expor de forma mais adequada a experiência profissional de cada um e a certificar-se de que as informações estão indicadas nos locais certos”.

Já na segunda formação, “pretende-se ajudar os formandos nessa busca e será criada e partilhada uma apresentação com sugestões e ideias para ajudar a encontrar um emprego na área de cada um”, refere, acrescentando que “através desse módulo os alunos terão apoio na criação de uma folha de cálculo para monitorização dos seus esforços para encontrar um novo emprego e definição de tarefas, ajuda na pesquisa de empregos ‘online’ e monitorização dos empregos a que se candidata e poderão mesmo praticar técnicas de entrevista com que serão confrontados nas entrevistas com os potenciais empregadores”.

Os cursos estão disponíveis através da g.co/atelierdigitalpt.

O ‘website’ Atelier Digital da Google é o portal focado em ajudar a desenvolver todo o tipo de competências digitais dos portugueses, salienta a Google.

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WhatsApp obriga-o a partilhar com Facebook. Apps rivais Signal e Telegram “voam” em Portugal

Truques WhatsApp | Segredos WhatsApp | Dicas WhatsApp

Utilizadores do WhatsApp são obrigados desde início do ano a aceitar partilha de dados com o Facebook, senão não podem usar a app a partir de 8 de janeiro. Utilizadores europeus partilham menos e apps rivais Signal e Telegram disparam em utilizadores.

Milhões de utilizadores do WhatsApp em todo o mundo (julga-se que existem mais de cinco milhões em Portugal e 2 mil milhões a nível global) depararam-se no início deste ano com uma mensagem clara, ou aceitam partilhar alguns dados que a app de mensagens recolhe sobre eles com o Facebook ou deixam de poder usar o serviço a partir de 8 de fevereiro (quem ainda não aprovou pode fazê-lo até dia 8).

Essa nova obrigatoriedade, que chega na sequência da Apple ter começado a exigir às apps que discriminem na sua descrição da App Store todos os dados que recolhem, acaba por não ter uma aplicação tão clara na Europa – graças ao Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), ainda assim, os utilizadores têm de aceitar as condições de partilha de alguns dados com o Facebook, mesmo que eles não sejam para efeitos de publicidade personalizada.

Neste contexto, as apps de mensagens rivais e que recolhem bem menos dados que o WhatsApp – e muito menos do que o Facebook – dispararam no número de descargas nas lojas de apps em Android e iOS e não foi só nos EUA, o fenómeno chegou mesmo a Portugal.

Signal lidera alternativas ao WhatsApp

A app Signal, conhecida não só por ter mensagens encriptadas – tal como o WhatsApp – mas também por não recolher qualquer tipo de dados dos utilizadores ou dos seus hábitos, por ser gerida por uma organização sem fins lucrativos (funciona por donativos) e que não usa anúncios é a líder destacada em Portugal.

É mesmo a app mais descarregada na loja de apps da Apple em Portugal e fica em segundo na loja Android só atrás da app id.gov.pt (que permite substituir a carta de condução no formato digital).

A outra alternativa mais popular, a app Telegram, é a segunda mais descarregada na loja portuguesa em iOS (Apple) e a 5ª em Android. Curiosamente em iOS o WhatsApp é a 5ª app mais descarregada (em Android é a 24ª).

O fenómeno também se verifica nos EUA, onde Signal e Telegram (por esta ordem) lideram as lojas em iOS e Android, numa tendência que também está noutros países europeus como Espanha e França.

WhatsApp reage ao êxodo para outros serviços

Entretanto o WhatsApp reagiu às preocupações de utilizadores que começaram a experimentar serviços concorrentes e, após alguns rumores, garantiu (curiosamente no Twitter) que continua a proteger as mensagens privadas dos utilizadores com encriptação porta-a-porta e que “a atualização da política de privacidade não afeta essa facto”, deixando ainda indicação sobre o que não é partilhado com o Facebook.

Aí indica que nem os contactos pessoais, nem a localização ou as mensagens e chamadas são partilhadas com a empresa-mãe, o Facebook.

Caso europeu com menos dados partilhados

No caso europeu ainda há mais restrições sobre o que é partilhado com o Facebook. Já a semana passada a responsável de política de privacidade do WhatsApp para a zona europeia (EMEA), Niamh Sweeney, sentiu necessidade de esclarecer na sua conta de Twitter (que parece ser a melhor forma de partilha de informação com o público para o WhatsApp) de explicar que os utilizadores europeus estão abrangidos pelo RGPD europeu (Regulamento Geral de Proteção de Dados). “O WhatsApp continua a partilha na região europeia os dados de utilizadores com o Facebook com o propósito do Facebook usar esses dados para melhorar produtos ou anúncios”, explica a responsável, admitindo que há alguma informação partilhada.

E o que é então partilhado?

E que dados dos utilizadores pode o WhatsApp recolher? Bem menos que o Facebook, mas ainda assim é possível ver a descrição na loja de apps da Apple: compras, localização, contactos, informações financeiras (só se forem colocados esses dados na app em futuros serviços), informação de contactos, conteúdo do utilizador, dados de utilização (onde não estão o conteúdo das mensagens), identificadores e diagnósticos.

Na tal resposta aos utilizadores publicada esta terça-feira, o WhatsApp não se refere nunca aos vários processos judiciais nos EUA e na Europa que podem resultar na divisão do Facebook, com o próprio WhatsApp ou o Instagram a saírem da alçada da empresa de Zuckerberg.

É indicado que para tornar a “comunicação mais fácil e melhor” no caso de “mensagens empresariais”: “disponibilizamos às empresas a opção de utilizarem os serviços de armazenagem seguros do Facebook para a gestão das conversas no WhatsApp com os seus clientes”. A ideia passa por usar a comunicação de uma empresa com os seus clientes integrada depois para fins de marketing, “o que pode incluir publicidade no Facebook”.

Outra das soluções da partilha de dados é os comerciantes presentes no Facebook poderem interagir e exibir os seus produtos no WhatsApp, indicando a empresa que para isso parece precisar de autorização para recolher dados de todos os utilizadores – uma obrigatoriedade para usar o serviço de mensagens.

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